Os times de futebol após o descarrilamento: uma análise da gestão das agremiações ferroviárias brasileiras em atividade profissional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Luz, Thiago Savio Ingles da lattes
Orientador(a): Freitas Júnior, Miguel Archanjo de lattes
Banca de defesa: Capraro, André Mendes lattes, Carmo, Gonçalo Cassins Moreira do lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais Aplicadas
Departamento: Setor de Ciências Sociais Aplicadas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/4132
Resumo: Na segunda metade do século XIX estabeleceu-se um intenso fluxo migratório de estrangeiros ao Brasil para atuar no desenvolvimento do país. A vinda dos imigrantes, principalmente ingleses, junto com seus costumes, crenças e hábitos resultou em diferentes transformações sociais, inclusive a esportiva, uma vez que o futebol foi trazido ao país a partir de lugares em que ele já estava estabelecido. A ferrovia brasileira em amplo desenvolvimento tornou-se o fio condutor para que a prática chegasse a diferentes locais, dando origem a mais de cem clubes com gênese ligada as estradas de ferro. Contudo, práticas governamentais durante o século XX deram preferência ao sistema logístico rodoviário, fazendo com que o segmento das estradas de ferro declinasse e, por consequência, os clubes de futebol oriundos dela passaram a enfrentar dificuldades. Diante disso o objetivo da dissertação foi verificar, do ponto de vista gerencial, o que os clubes ferroviários brasileiros remanescentes fazem para se manter em atividade disputando competições profissionais. Para tanto, utilizou-se o modelo escandinavo, em que três artigos interdependentes foram confeccionados com vistas a responder o objetivo geral. O primeiro artigo nos permite compreender os principais temas abordados sobre gestão nos clubes de futebol pelos pesquisadores, enquanto o segundo artigo visa identificar o cenário econômico, político e social do Brasil entre o século XIX e XX e enunciar os possíveis fatores que favoreceram o processo de expansão do futebol a partir das ferrovias. O terceiro artigo busca identificar quais são as principais fontes de receitas dos clubes ferroviários em atividade profissional. As complexidades das categorias identificadas no Artigo 1 provocam problematizações acerca de dois aspectos presentes nos Artigos 2 e 3: o primeiro em relação a provável fragilidade de gestão dos clubes ferroviários que deixaram de existir após o declínio da ferrovia, já o segundo é em relação as estratégias de gestão, que apesar serem estudadas de forma distinta na prática são interligadas. Foram identificadas fragilidades de gestão quanto a transparência de dados financeiros. Dois clubes possuem a gestão do futebol profissional terceirizada e os outros dois seguem o modelo de sociedade anônima. Foram identificadas 12 fontes de receitas distintas e a comercialização dos direitos de transmissão dos jogos esteve entre as principais receitas de 100% dos clubes analisados. O Operário Ferroviário Esporte Clube (PR) obteve destaque na exploração de patrocínios e sócios-torcedores, o Botafogo Futebol Clube (SP) com receitas em dias de jogos, enquanto Ituano Futebol Clube (SP) e a Associação Ferroviária de Esportes (SP) se sobressaíram com comercialização de atletas. A pesquisa observou a existência de dois grupos de clubes - a) que possuem calendário extenso; e b) que possuem calendário limitado – emergindo a hipótese de que as fontes de receitas podem variar de acordo com o período que os clubes dispõem de jogos a disputar.