Obtenção de complexos antimicrobianos zeólita-prata e sua aplicação em curativos biodegradáveis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Lopes, Aline Carvalho lattes
Orientador(a): Olivato, Juliana Bonametti lattes
Banca de defesa: Ferrari, Priscileila Colerato lattes, Marini, Juliano lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmaceuticas
Departamento: Departamento de Ciências Farmacêuticas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3938
Resumo: As lesões exsudativas procedem um quadro infeccioso no leito da ferida, e para que ocorra o processo de cicatrização devem ser aplicados curativos que apresentem capacidade de absorver o líquido em excesso do local e apresentar ação antimicrobiana. Os íons prata são antimicrobianos amplamente utilizados nestes casos, porém apresentam algumas dificuldades relacionadas ao modo de liberação no local da ferida. Uma alternativa para controlar a liberação dos íons Ag+ é incorporá-los em um sistema de liberação controlada, como exemplo das zeólitas, as quais são minerais microporosos com capacidade de troca iônica e podem ser utilizadas como carreadores de fármacos. Sendo assim, este trabalho propôs o desenvolvimento de curativos à base de amido de mandioca e bagaço de malte com adição de um antimicrobiano desenvolvido a partir da zeólita impregnada com íons prata. As zeólitas foram impregnadas com 2000, 3000 e 4000 mg/L de AgNO3 - em diferentes condições de pH (3, 4 e 5) e temperatura (T) (25, 35 e 45 oC), obtendo-se 11 amostras do complexo zeólita+prata (ZeAg) por meio de um planejamento fatorial 23. Os onze complexos ZeAg foram caracterizados quanto ao diâmetro de partícula, microscopia eletrônica de varredura (MEV-FEG), espectroscopia de infravermelho (FTIR), difração de raios-X (DRX), espectroscopia na região do ultravioleta- visível (UV-VIS) e ação antimicrobiana. Após os testes foi selecionada a formulação mais promissora para ser adicionada às 4 formulações de curativos biodegradáveis à base de amido e bagaço de malte, com concentrações de ZeAg de 0, 0,5, 1 e 2 % (m/v). Com relação ao complexo ZeAg, a formulação 8 (AgNO3 - a 4000 mg/L, pH 5 e T 45 oC) apresentou os melhores resultados em todas as análises realizadas, sendo a formulação mais promissora por apresentar atividade antimicrobiana no teste microbiológico, e também manteve a estrutura cristalina original da zeólita após as condições experimentais utilizadas. Os curativos biodegradáveis obtidos por termoprensagem foram caracterizados quanto à espessura, densidade, solubilidade, permeabilidade ao vapor de água (PVA), índice de solubilidade e absorção em água (ISA e IAA) e microscopia eletrônica de varredura (MEV-FEG). Os curativos apresentaram aparência rugosa e com coloração amarronzada devido à adição do bagaço de malte, exceto a formulação controle que apresentou coloração esbranquiçada devido ao amido ser o componente majoritário nesta formulação. Não houve diferença significativa entre as 4 formulações obtidas nos testes de espessura, densidade, solubilidade, permeabilidade ao vapor de água e ISA, de modo a concluir que a adição das diferentes concentrações do complexo ZeAg8 e do bagaço de malte não alterou as propriedades de estruturais dos curativos produzidos. Em relação ao IAA, a amostra com adição de 0,5% obteve maiores valores nesse parâmetro em relação às demais. Essa diferença pode foi resultado da alta quantidade de poros que essa amostra apresentou, conforme observado nas imagens de microscopia eletrônica de varredura, onde estes poros aumentam a superfície de contato com a água do meio e proporciona maior absorção de água para o interior do curativo. Com relação às propriedades mecânicas dos materiais, as formulações mostraram aumento significativo na rigidez e resistência à tração foram as com maiores concentrações do complexo ZeAg, levando ao reforço mecânico dos curativos. A partir destes resultados, é necessário a realização de mais análises relacionadas à ação microbiológica dos curativos impregnados com o complexo antimicrobiano ZeAg e também à citotoxicidade.