Identidade negra e modernidade na obra de Lima Barreto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Vieira, Jackson Diniz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual da Paraíba
Literatura e Estudos Interculturais
BR
UEPB
Mestrado em Literatura e Interculturalidade - MLI
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.bc.uepb.edu.br/tede/jspui/handle/tede/2175
Resumo: A problemática da identidade tem se tornado um tema relevante na modernidade, que se apresenta como um momento de transformação do pensamento e, consequentemente, das estruturas sociais, como também se caracteriza por um momento de intensos debates e de teorizações sobre etnias. Este é um período em que as teorias racistas ganham espaço em todo o mundo, apregoando a diferença natural e biológica entre os vários grupos humanos, utilizando a ciência como força de legitimação da inferioridade de grupos étnicos. Nesta perspectiva, a identidade de grupo, ou do sujeito pertencente a grupos socialmente marcados, no nosso caso o negro, ocupa amplo espaço dentro dos estudos culturais e sociais. Neste espaço, a literatura de Lima Barreto se apresenta como uma fonte viável para se observar de que forma este escritor se vê frente à sociedade burguesa e cosmopolita de início do século XX e como constrói seus personagens na teia das relações sociais. Assim, lançamos mão do instrumento da pesquisa bibliográfica, analisando algumas obras do escritor, lançando um olhar mais aprofundado em Recordações do Escrivão Isaías Caminha e Diário Íntimo, através das quais foi possível perceber que há uma relação muito próxima do pensamento do escritor carioca e o de pensadores contemporâneos sobre a temática da identidade, especialmente identidade negra. Lima Barreto se apresenta e apresenta seus personagens como negros, provocando um processo de afirmação da identidade negra. Através dos escritos deste autor, pode-se perceber que ele tinha uma visão profunda da conjuntura social brasileira, elucidando o conflito social que se estabelece nas relações sociais, procurando sempre transcender do individual para o coletivo, do local para o universal. Com uma boa percepção crítica da realidade e com fortes doses de sarcasmo e ironia, Lima Barreto mostra que a identidade que se criou do negro, bem como a forma como este se enxerga frente a outros grupos sociais é uma construção cultural que atende aos interesses de uma elite branca detentora do poder de formação de opinião, como também aparelhada de instrumentos capazes de criar estereótipos humanos