Da Violência do discurso à violência do sacrifício: política, religião e sangue vertido em “EL matadero”, de Esteban Echeverría
Ano de defesa: | 2017 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual da Paraíba
Centro de Educação - CEDUC Brasil UEPB Programa de Pós-Graduação em Literatura e Interculturalidade - PPGLI |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/2808 |
Resumo: | A presente dissertação, vinculada à Linha de Pesquisa “Literatura e Hermenêutica”, do Programa de Pós-graduação em Literatura e Interculturalidade (UEPB), propõe uma leitura da obra “El matadero” (1874), do portenho Esteban Echeverría, com o intuito principal de interpretar o mecanismo do sacrifício inserido no conto, a partir de uma análise dos discursos violentos proferidos pelos sujeitos sacrificadores e pelas vítimas, submissos a uma ordem ideológica crida como divinizada. Os sujeitos discursivos são doutrinados pelas Ordem a condenar a outros que não façam parte da formação discursiva que ela legitima. São eles os “federais” e os “unitários”. A necessidade de dizimar os opositores revela a familiaridade entre a Buenos Aires das primeiras décadas do século XIX e o primitivismo, ao mesmo tempo a roupagem metafórica, simbólica, interdiscursiva(textual) e trágica que a obra possui. Assim sendo, não resta outra alternativa senão evocar o termo “sacrifício” para discorrermos a respeito dos assassinatos ocorridos (ou que devem ocorrer), com animais que aludem ao humano, e homens equiparados às bestas, em determinado matadouro do país vizinho. A narrativa de Echeverría resgata o tema do sacrifício das clássicas tragédias, todavia se provendo de uma novidade: de estreitar, em demasia, a relação entre uma ordem terrena, governamental, e uma ordem sobre-humana, ao ponto de confundir seus protagonistas. Nota-se a transferência de vocabulário de um plano a outro, ou o jogo dicotômico que permeia todo o relato. Um tipo de sujeito será classificado como demônio, estranho, animal, objeto sacrificável. Veremos que a violência dessa classificação permite a violência do sacrifício, que mostrará a sua ambivalência: a vítima é fatalmente ferida para remir sua comunidade. Para que tracemos tal hermenêutica, nos fundamentaremos, sobretudo, nos estudos de Maingueneau (2016) (2015) (2008), Ricœur (1976), Bakhtin (2006), Rousseau (2001), Althusser (1970) e Girard (1990). |