Voz e silêncio: os modos de construção da narrativa nas memórias de Galo das trevas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Domingos, Sílvia Jussara
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual da Paraíba
Centro de Educação - CEDUC
Brasil
UEPB
Programa de Pós-Graduação em Literatura e Interculturalidade - PPGLI
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/4408
Resumo: A rememoração das vivências navianas põe o leitor diante de um país culturalmente desconhecido por muitos, com muitos aspectos históricos, e com um estilo narrativo e um narrador que rompem com a tradição literária do texto autobiográfico. No quinto volume das memórias, Galo das Trevas: as doze velas imperfeitas, o autor rompe – no sentido positivo da palavra – com diversos aspectos do texto memorialístico. Além da rememoração, não apenas das suas vivências passadas, mas também dos modos de viver de seus ancestrais, familiares, amigos e de toda uma sociedade, constituindo memórias que retratam o privado e o público, o individual e o coletivo; o autor dá vida e voz aos mortos do passado, e traz à luz os falares interrompidos ou silenciados pelas conjunturas ideológicas da época e pelo próprio tempo. Com base numa teoria que pressupõe o desdobramento de si, é possível perceber na obra os modos estéticos que o autor cria para promover desdobramentos de si mesmo nos narradores utilizados, e, destes, nos lugares de voz que apresenta. Ele cria os lugares de voz para fazer falar o silenciado. Ao fazer isso, o autor se utiliza do processo de desdobramento de sua voz na voz dos narradores – da primeira e da segunda parte da obra – e na voz do protagonista. É a voz desdobrada que testemunha aquilo que o autor presenciou. Neste trabalho, utilizamos os pressupostos teóricos das Escritas de si, da ética e da Literatura de Testemunho para a postulação da teoria do Desdobramento e dos Lugares de Voz, pelos quais há a possibilidade de fala, para o subalterno, dentro do mundo que é a obra literária. A partilha dessas vozes, em duelo ou em contradição, dentro do espaço da obra, constitui um processo de (re)construção identitária dos falares silenciados durante a Revolução de 1930.