“Outrar-se” sujeito: autonomia e sentidos construídos por usuários/as do CAPS III de Campina Grande/PB
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso embargado |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual da Paraíba
Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa - PRPGP Brasil UEPB Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Saúde - PPGPS |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/4976 |
Resumo: | A Reforma Psiquiátrica Brasileira e o Movimento da Luta Antimanicomial marcaram a mudança de paradigma do cuidado em saúde mental, tirando o foco da doença e voltando-se para o sujeito em sofrimento psíquico e suas relações comunitárias e territoriais. O Projeto Terapêutico Singular (PTS) é um instrumento importante desse processo, pois sua construção baseia-se no cuidado em liberdade e no estímulo à participação e autonomia do usuário, possibilitando consolidar uma nova forma de atenção em saúde mental. Nesse contexto, esta pesquisa se propôs a investigar como os usuários do CAPS III de Campina Grande-PB exercem sua autonomia, por meio dos relatos construídos sobre seu cotidiano. Os objetivos específicos foram saber, através dos relatos, se a autonomia está sendo incentivada pelo CAPS III no processo de construção do PTS; analisar os sentidos que os usuários do CAPS III constroem sobre sua participação nesse projeto terapêutico; e analisar os posicionamentos identitários que constroem em seus relatos. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, de caráter exploratório, fundamentada na perspectiva teórico-metodológica do estudo da produção de sentidos através da análise das práticas discursivas. Para a produção de informações, utilizou-se o dispositivo ‘oficina de fotografia’ e o diário de campo como instrumentos. Foram realizadas onze oficinas, as quais foram gravadas. Participaram dessas oficinas cinco usuários do serviço – um homem e quatro mulheres. Os relatos produzidos nas oficinas foram submetidos à análise de discurso através do uso dos mapas dialógicos. Os participantes se posicionam como pessoas capazes de exercer sua autonomia, apesar das limitações sociais, como a falta de credibilidade e de acesso ao trabalho. Os relatos apontam a centralização da medicalização e seus efeitos prejudiciais, sugerindo a importância da gestão autônoma da medicação. Identificaram-se ainda ações que restringem a autonomia – como o risco da tutela, a discriminação e os estigmas – como também, ações que incentivam a autonomia através do apoio social da família e do serviço de saúde mental. Evidenciou-se o desconhecimento do termo ‘Projeto Terapêutico Singular’ e a falta de incentivo à autonomia dos sujeitos no que diz respeito à escolha das atividades que irão desenvolver no serviço. Ao se posicionarem como capazes, valorizam a liberdade e a independência, e recusam-se a serem classificados como pessoas “doidas” ou “doentes”. Conclui-se que, mesmo diante das restrições colocadas pela sociedade, os usuários desse serviço resistem e buscam exercer a autonomia e afirmar suas capacidades. |