Cooperação educacional entre Brasil e Timor-Leste sob o paradigma do dom
Ano de defesa: | 2016 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual da Paraíba
Centro de Ciências Biológicas e Sociais Aplicadas - CCBSA Brasil UEPB Programa de Pós-graduação em Relações Internacionais - PPGRI |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.bc.uepb.edu.br/tede/jspui/handle/tede/2471 |
Resumo: | Com o fim da Segunda Guerra Mundial, institucionalizou-se, no âmbito da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a prática de conceder assistência externa aos Estados em desenvolvimento com o pretenso objetivo de auxiliar o desenvolvimento econômico e social dessas nações. Ao longo dos anos, as críticas formuladas aos procedimentos tradicionais de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento engendrariam a percepção de uma identidade comum, construída pelos países do Sul Global, baseada em uma oposição às nações desenvolvidas do Norte. No âmbito do Sul, o Brasil tem construído, desde o final da década de 1970, o seu papel de doador internacional, em especial, com projetos realizados em parceria com países latino-americanos e africanos. No que se refere a esses últimos, destaca-se a tradicional colaboração encetada na área educacional com os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa e, mais recentemente, com Timor-Leste. Tendo em vista esse quadro, defende-se, por meio desta pesquisa qualitativa, bibliográfica e documental - sob a abordagem analítica do paradigma do dom -, a hipótese de que o discurso oficial brasileiro em relação à atuação do país como doador no âmbito externo, baseado em princípios de solidariedade e de similaridades históricas e culturais, não incorpora a pluralidade das justificativas que impelem o processo cooperativo internacional. Nesse sentido, a presente dissertação objetiva analisar o papel do Brasil enquanto doador internacional, suas motivações, o contexto no qual são executados os projetos e o processo de implementação da Cooperação Educacional entre Brasil e Timor-Leste. Debate-se, assim, o entendimento segundo o qual a colaboração brasileira no âmbito da Cooperação Sul-Sul estaria baseada em um processo horizontal, em detrimento de uma reprodução de aspectos tradicionais da Cooperação Internacional para o Desenvolvimento, executada nos moldes verticalizados de uma dinâmica Norte-Sul. Conclui-se que a política externa brasileira possui interesses políticos, estratégicos e econômicos em relação aos esforços cooperativos empreendidos com o Timor-Leste, haja vista, em linhas gerais, a dívida moral contraída por esse último e a consequente obrigação de retribuir a cooperação ofertada pelo Brasil. |