A subjetivação altermnemônica como constituição da memória: uma leitura de Vidas secas e La Muerte de Artemio Cruz

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Oliveira, Jair Pereira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual da Paraíba
Centro de Educação - CEDUC
Brasil
UEPB
Programa de Pós-Graduação em Literatura e Interculturalidade - PPGLI
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/3746
Resumo: A formação da modernidade no tempo-espaço América Latina provocou uma transformação nas concepções de subjetividades dos indivíduos. Quando o programa europeu chegou nesse contexto, a ideia do Eu centrava-se no europeu e a do Outro, nos nativos. Devido às constantes lutas por emancipação e por construção de identidades, essa dualidade foi sendo transformada. E o Eu foi ocupando o lugar do Outro e esse, o lugar do Eu. Dessa forma, essa pesquisa tem interesse em saber se há um processo fundante nos registros simbólicos de imagem sobre uma subjetivação na América Latina. Sendo assim, esse estudo tem como foco ampliar a discussão sobre a teoria do sujeito construindo uma concepção de subjetivação decorrente dos registros de imagens simbólicas em duas narrativas literárias, Vidas Secas e La muerte de Artemio Cruz. E para isso: compreender o espaço-tempo América Latina nos registros de imagens simbólicas instituídos desde o contato entre os povos que aqui viviam com o europeu e com seu programa de modernidade até o momento de consolidação dessa; discutir as formas de subjetivação, de subjetividade e de sujeito, as quais possibilitam os registros das imagens desse espaço-tempo; e, analisar a especificidade de uma constituição de subjetivação em duas expressões literárias embasado no olhar da esquizoanálise. Assim, essa pesquisa é desenvolvida por meio de análise da expressão da linguagem literária, em como se dá o funcionamento da constituição da subjetivação altermnemônica. Esse conceito foi produzido, nessa tese, a partir das coordenadas de imagens que surgem no interior das narrativas, Vidas Secas e La muerte de Artemio Cruz. Notamos que as subjetividades em contato com máquinas sociais conduzem a uma produção de desejos que afetam a construção da memória sobre as potências de vida, nas experimentações e nas experiências constituintes da condição de ser-estar no mundo, condição permanentemente ligada ao acontecimento. Empreenderemos uma psicanalisação da história, sugestão direcionada por Le Goff (1996), para entender os registros do Real, do Simbólico e do Imaginário (RSI) proposto por Lacan (1985; 1989; 2005; 2011) para analisar a formação de um conceito de América Latina, ao incursionar nas formas do conceito de América Latina, iremos cartografar as imagens de sua rostidade, recorrendo a Galeano (2004), Canclini (1989), Saguier (1972) entre outros. De modo mais analítico sobre as obras objeto de estudo, iremos percorrer as linhas da expressão literária com as ferramentas disponibilizadas pela esquizoanálise de Deleuze e Guattari (2011; 2012) e Guattari e Solnik (1986), de modo a perceber quais fluxos que circulam nas articulações entre os corpos e as máquinas sociais que impulsionam uma série de sentidos, percepções e afetos. Os achados dessa pesquisa consideram que a subjetivação altermnemônica realizou-se no encontro com os símbolos das forças sobredeterminantes de um programa europeu de modernidade.