Dinâmica do ictioplâncton em um estuário tropical: Efeito dos filtros ambientais na distribuição espaço-temporal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Lima, Lidiane Gomes de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual da Paraíba
Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa - PRPGP
Brasil
UEPB
Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação - PPGEC
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/3327
Resumo: A conectividade entre o ambiente marinho e de água doce, permite que os estuários sejam importantes para inúmeras espécies de peixes residentes, marinhas e de água doce que buscam essas áreas para alimentação, proteção, desova e berçário. As constantes flutuações das características ambientais têm influência direta sobre a composição, padrões de distribuição e abundância dos diferentes organismos que habitam esses ecossistemas, em especial o ictioplâncton, cujos padrões são moldados por fatores bióticos e abióticos, os quais funcionam como filtros, selecionando as espécies ao longo de gradientes ambientais. Deste modo, o objetivo deste estudo foi determinar a composição do ictioplâncton ao longo do estuário do rio Mamanguape, Paraíba, Brasil, avaliando a distribuição e densidade em relação aos gradientes ambientais das condições físicas e químicas em direção ao oceano. As amostragens foram realizadas em três zonas ao longo do canal principal, com arrastos horizontais de subsuperfície, acompanhados da aferição dos parâmetros ambientais, durante as estações chuvosa e seca no ano de 2016. Foram capturadas 1.672 larvas e 486 ovos com maiores densidades para as famílias Engraulidae, Characidae, Clupeidae, Gerreidae, Mugilidae e Atherinopsidae. A variação espaço-temporal foi evidente com formação de assembleias distintas entre as zonas e as estações, as quais foram determinadas pela variação sazonal da salinidade, pH, oxigênio dissolvido e temperatura. Durante a estação chuvosa, as maiores densidades foram observadas na zona intermediária com maior contribuição das larvas em pré-flexão e flexão da família Engraulidae e larvas em pós-flexão da família Clupeidae. A maior entrada de água doce no estuário durante a estação chuvosa, permitiu o estabelecimento de famílias de água doce como é o caso da família Characidae nas zonas mais superiores do estuário, além de provocar aumento nos valores de pH, tornando o ambiente propício ao desenvolvimento e assentamento das assembleias larvais. Durante a estação seca, maiores densidades de ovos das famílias Mugilidae, Engraulidae e Clupeidae foram registradas na zona inferior. A menor precipitação durante esse período permitiu uma maior intrusão salina até as zonas mais superiores do estuário permitindo o estabelecimento de famílias exclusivamente marinhas, como Sciaenidae e Bleniidae. Esses resultados ressaltam a importância das mudanças sazonais a partir da descarga de água doce sobre a salinidade, e o efeito nas outras variáveis ambientais para a regulação da composição e distribuição do ictioplâncton no estuário do rio Mamanguape. Além disso, a alta abundância de larvas em estágio vitelínico e pré-flexão, indica o uso do estuário como berçário.