Princesas, Black Power e outros mares: a construção da identidade negra na produção infanto-juvenil de Kiusam de Oliveira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Lima, Emanuelle Valéria Gomes de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual da Paraíba
Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa - PRPGP
Brasil
UEPB
Programa de Pós-Graduação em Literatura e Interculturalidade - PPGLI
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/3774
Resumo: Tendo em vista a crescente movimentação da era tecnológica, na qual nos encontramos, especialmente, em um contexto marcado pelos vários tipos de racismos, faz-se necessária a busca pelas representações étnico-raciais positivas que permeiam o âmbito da linguagem literária no Brasil, sobretudo, após a implantação da lei federal 10.639/03 e de suas respectivas Diretrizes Curriculares (2004). Pensando nisso, o presente trabalho propõe a análise das construções identitárias afro-brasileiras, a partir das protagonistas da produção infanto-juvenil de Kiusam de Oliveira, composta pelas obras Omo-oba: histórias de princesas (2009), O mundo no black power de Tayó (2013) e O mar que banha a ilha de Goré (2014). Levando-se em conta a trajetória dos personagens negros na literatura infanto-juvenil e os marcos legais instituídos na educação brasileiras após a promulgação da lei Federal 10.639/03, questionamos: em quais aspectos a produção literária de Kiusam de Oliveira favorece a ressignificação identitária negra? Para responder a essa questão, recorremos à pesquisa bibliográfica abrangendo o racismo e seu impacto na trajetória literária, os estereótipos e o padrão de beleza ideal suscitados pela literatura, apresentando contrapontos com as produções supracitadas. Nesse sentido, as discussões levam em consideração as perspectivas de autores como Cuti (2010), Maria Anória de J. Oliveira (2010), Regina Zilberman (2003), Nelly Novaes Coelho (2000), Leonardo Arroyo (1990), Edmir Perrotti (1986), Kabengele Munanga (1988), Édouard Glissant (2005), Frantz Fanon (2008), Homi K. Bahbha (2013), Neusa Santos Souza (1983), bell hooks (2019), Nilma Lino Gomes (2019), Patricia Hill Collins (2019), Grada Kilomba (2019), Reginaldo Prandi (2001), entre outros. Dentre os resultados alcançados nesse estudo, percebemos que as narrativas analisadas se concentram na valorização das culturas africanas e desconstroem visões do corpo socialmente aceito, elevando assim, a herança ancestral e o empoderamento feminino, através de suas personagens principais que não só subvertem a ordem literária, mas também, a social, uma vez que, elencam suas marcas subjetivas e reconhecem o saber popular como forma de libertação. Sendo assim, as personagens fazem dessas narrativas noções propulsoras da história africana no Brasil, o que, consequentemente, contribui para as construções afirmativas de suas respectivas identidades.