Mecanismo da “cultura da honra” na dramaturgia ramalhiana: análise-interpretação de Chã dos esquecidos
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual da Paraíba
Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa - PRPGP Brasil UEPB Programa de Pós-Graduação em Literatura e Interculturalidade - PPGLI |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/5019 |
Resumo: | Trata-se de uma proposta de análise-interpretação de Chã dos Esquecidos [1977 ou 1978], de Lourdes Ramalho, um texto que continua formalizando temas alusivos à representação da regionalidade nordestina, mas que inaugura uma nova abordagem estético-formal na obra da autora, um projeto de tragédia fundamentada em uma perspectiva melodramática (Maciel, 2020). A trama aborda as vivências de dois núcleos familiares conflituosos, marcados pelas disputas da terra que nomeia a peça e pela defesa da honra familiar, porém a ação também aponta para uma problemática social mais ampla, a migração nordestina para o Norte do pais, durante o ciclo de exploração da borracha. Portanto, objetivo discutir a intervenção da cultura da honra nas tensões e nos embates entre os indivíduos durante a ação, tendo em vista que a região tomada como espaço referencial e simbólico, o Nordeste, ainda é marcada por resíduos do patriarcalismo, e por isso, utiliza as regras da honra para ditar os modos de ser-homem e ser-mulher na localidade (Fischer, Manstead e Rodriguez-Mosquera, 1999; Pitt-Rivers, 1965). Dessa maneira, também é meu interesse analisar como se constroem e se articulam as relações entre os gêneros diante da necessidade de preservar a honra familiar, que, nesse contexto sociocultural, é associada aos papéis exercidos pelo feminino frente aos cuidados com o lar e o policiamento dos seus afetos, mas, esta ótica, quando subvertida, ativa as engrenagens dessa cultura da honra, corroborando para desfecho trágico da trama. Por fim, a partir das contribuições de Williams (2002), Szondi (2004; 2011) e Sarrazac (2013; 2017), volto-me para os elementos estéticos-formais do texto em estudo, que, ao serem associados à uma atmosfera rural tradicionalista que oprime os sujeitos sociais, em sua maioria mulheres, fronte a uma cultura da hora, apontam para a formalização do trágico em tempos modernos. |