Autocorrelação espacial dos casos de tuberculose pulmonar durante a pandemia COVID-19: impactos causados no estado da Paraíba

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Alencar Neta, Raimunda Leite de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual da Paraíba
Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa - PRPGP
Brasil
UEPB
Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública - PPGSP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/5051
Resumo: Introdução: Mesmo apresentando-se como uma doença milenar, a tuberculose (TB) ainda mantem-se como um grave problema de saúde pública mundial. Suas características relacionadas a manutenção da desigualdade social, foram ainda mais intensificadas após o surgimento da COVID-19, uma vez, que a pandemia acabou limitando o acesso aos serviços de saúde, fazendo com que houvessem interrupções no manejo e no tratamento da doença, contribuindo para alterações nos coeficientes de incidência da TB, que passaram de 37,4 em 2019 para 31,6 casos por 100 mil habitantes em 2020 no Brasil. Objetivo: Analisar a autocorrelação espacial e os impactos causados pela pandemia COVID-19 nos casos de tuberculose no estado da Paraíba. Métodos: Estudo ecológico do tipo transversal e analítico, realizado no estado da Paraíba através da utilização de técnicas de análise espacial, estatística descritiva e regressão logística com notificações realizadas entre janeiro de 2020 e novembro de 2022. Os dados foram extraídos do Programa Estadual de Controle da Tuberculose (PECT) e do Núcleo de Doenças Crônicas e Negligenciadas (NDCN). A realização da análise descritiva ocorreu através da avaliação das variáveis: sexo, raça/cor, escolaridade, modo de entrada, forma clínica e zona de residência. Já para a análise da autocorrelação espacial, foi utilizado o Índice de Moran Global e Local. O cálculo da regressão logística, ocorreu após a verificação dos testes de Wald, critério de Akaike, Variance Inflation Factor (VIF) e Receiver operating characteristic curve (curva ROC), sendo utilizadas as variáveis: doenças e agravos associados a AIDS, sexo, diabetes mellitus, doenças mentais, uso de drogas ilícitas, pessoas em situação de rua e beneficiários do programa de transferência de renda do governo, sendo a variável resposta a cura do paciente. Foi considerado o nível de significância de 5% e intervalo de confiança de 95%, através dos softwares R (versão 4.3.1) e Rstudio (Rcore team, 2023). Resultados: Durante o período analisado no estudo, foram notificados 4.895 casos de TB no estado da Paraíba, havendo predominância do sexo masculino (70,32%), cor parda (74%), TB pulmonar (83,90%) e residência na zona urbana (88,68%). A análise espacial apontou altas taxas de incidência da doença em municípios localizados no litoral do estado e no Sertão Paraibano (2020); no sul do litoral, Agreste Paraibano e Sertão Paraibano (2021); e em concentrações da Mata Paraibana até o Agreste Paraibano (2022). O Moran (I) apresentou autocorrelação espacial positiva (2021: I = 0,1613 e p = 0,0000; 2022: I = 0,0831 e p = 0,0095). A regressão logística apontou maior chance de cura entre pacientes sem AIDS (RCA=4,78; IC95% 1,84-12,42) e com residência fixa (RCB=8,65; IC95% 1,51-49,44) em 2020 e pacientes sem AIDS (RCA=4,62; IC95% 2,01-10,64) em 2021. Conclusão: O georreferenciamento dos casos de TB apresentou-se como uma ferramenta indispensável para à saúde pública, auxiliando na implementação de ações e estratégias para controle e monitoramento da TB. Tendo em vista que, as medidas de isolamento social provocadas pela COVID-19 acabaram limitando o acesso a esses serviços de saúde.