Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Coqui, Izaque Anversi |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.uel.br/handle/123456789/17782
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Resumo: |
Na década de 1960, Michelangelo Antonioni lançou três filmes: “A Aventura” (L’Avventura, 1960), “A Noite” (La Notte, 1961) e “O Eclipse” (L’Eclisse, 1962). Apesar da semelhança estética e temática, esses filmes não foram destinados a ser uma trilogia, mas acabaram recebendo o nome de uma, trilogia da incomunicabilidade, devido à insistência da crítica de cinema. Em algumas entrevistas e ensaios, Antonioni discordou dessa nomenclatura, que o consagrou no cinema, como diretor da incomunicabilidade e da alienação. Este trabalho visa refletir sobre duas questões: 1) o que está em jogo nos escritos da crítica de cinema italiana e do autor, nas décadas de 1960-1980, na definição de um estilo de cinema de incomunicabilidade para os filmes de Antonioni?; e 2) O que se coloca em jogo nas ações discursivas dessa crítica e desse diretor de cinema nesses textos? Para contemplar estas questões, analisamos os escritos da crítica italiana, entre as décadas de 1950 e 1980, publicados pelo catálogo Aventura Antonioni (2017), que descrevem “A Aventura”, “A Noite” e “O Eclipse” como uma única trilogia ou reduzem o estilo de Antonioni em termos de incomunicabilidade; e os escritos desse diretor, que descrevem sua insatisfação em relação ao uso dos termos “incomunicabilidade” e “alienação” pela crítica. Esta dissertação parte do pressuposto de que o cinema possui um “discurso aberto” (ECO, 1997) atravessado por várias intepretações que nem a habilidade crítica nem o discurso do autor são capazes de esgotar; e que as interpretações da crítica e os escritos de Antonioni estão vinculados, de algum modo, a acontecimentos do tempo em que se escreve ou se discursa sobre algo, que emergem na escrita do autor ou crítica e repercutem nas formalidades do texto, no modo de falar e de pensar as coisas e o mundo (ECO, 1997; FOUCAULT, 1996). Na análise do material, adotamos os conceitos de “comentário literário”, “função autor” e “discurso”, de Michel Foucault. Como resultado, observamos que as questões colocadas por Antonioni sobre sua estética condizem com a defesa de uma poética - aquilo que ele planejou como diretor para seus filmes; e que, apesar de ter se negado a aceitar um único sentido para eles, a análise do material do cineasta demonstrou um constante jogo de interesses de sua parte no sentido de querer definir seu cinema para seus espectadores e leitores. |