Startups nos parques científicos tecnológicos: empreendedorismo inovador como terceirização disfarçada de parceria

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Parra, João Fernando de Lima
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.uel.br/handle/123456789/18254
Resumo: A pesquisa analisa as novas formas de emprego dos trabalhos de inovação de softwares e serviços tecnológicos, tomando como objeto a relação entre as políticas de empreendedorismo inovador direcionadas à criação de startups de base tecnológica e as grandes empresas, no Brasil e na Espanha. O objetivo é demonstrar como essas políticas, mais especificamente os parques científicos tecnológicos e de inovação (PCTIs), servem como um meio de disfarçar processos de terceirização de atividades de inovação para grandes empresas através do agenciamento de força de trabalho qualificada para tal fim, via investimentos financeiros diretos. A opção por investigar essa política fundamenta-se no crescente emprego dos PCTIs como política de desenvolvimento e estratégia global para impulsionar a inovação, o desenvolvimento tecnológico e a criação de empregos qualificados. A metodologia baseia-se em uma abordagem crítica das cadeias globais de valor (CGVs) articulada à revisão bibliográfica e documental sobre a sua influência nas políticas de inovação do Brasil e da Espanha; na análise das especificidades de sua atuação nesses países; em pesquisa de campo e entrevistas com trabalhadores de startups, gestores de PCTIs brasileiros e espanhóis, um empresário, um investidor-anjo e um gestor responsável pela implantação dessa política pública. As análises demonstraram que a mediação do capital financeiro encobre novos métodos de terceirização dos laboratórios de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) das grandes empresas, funcionando como estratégia de transferência de custos com força de trabalho qualificada para as startups. Desse modo, as startups se constituem lócus de oferta de trabalhadores de inovação sob demanda, oportunizando às empresas tomadoras de seus serviços a evasão de responsabilidades trabalhistas subsidiárias com pessoal capacitado. O resultado é a disseminação da lógica do assalariamento por peça nos trabalhos de maior valor agregado em ambos os países, fazendo avançar a criação de empregos instáveis e sem direitos no setor de tecnologia.