Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Zuluaga Hoyos, Gustavo Adolfo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.uel.br/handle/123456789/9632
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Resumo: |
Resumo: O presente trabalho é o resultado de uma pesquisa sobre a poética oral do povo múrui do noroeste amazônico Também conhecido como uitoto, este é um povo originário do interflúvio dos rios Caquetá-Putumayo, no sul da Colômbia O meu objetivo principal neste trabalho é estudar três variantes da narrativa mítica Dijoma jágai, registradas nas variedades dialetais mika, minika, e bue da língua múrui, mutuamente inteligíveis entre elas A metodologia presenta duas ramificações Por um lado, procuro desvendar, do nível da diacronia, os contextos históricos nos quais as diversas versões do Dijoma jágai foram atualizadas ao longo dos séculos XX e XXI Por outro lado, atento para a questão sincrônica dos gêneros poéticos nativos, com especial ênfase na forma verbal jágai (“relato mítico”), gênero do qual ofereço três transcrições poéticas em múrui com suas respetivas traduções para o português Minha pesquisa demonstra que a arte verbal do povo múrui não está fundada só em técnicas xamânicas para entrar em contato com as palavras e as forças das entidades espirituais, mas é um sistema poético altamente elaborado cujo género maior é o rafue ou festa ritual Na segunda parte, apresento transcrições e traduções de textos em língua múrui Elas visam demonstrar que o trabalho com fontes escritas de origem oral é muito produtivo, pois permite possar questões que às vezes se afastam dos problemas tradicionais da literatura escrita Minha conclusão central é que o pensamento das culturas indígenas do noroeste amazônico está fundamentado em uma experiência corporal, e não em categorias abstratas e teóricas como acontece no pensamento ocidental Essa corporalidade do pensamento múrui se complementa e se espelha na série de processos, de técnicas, de ideias e de símbolos que ele tece ao redor de suas três principais substâncias rituais: a coca, o tabaco e a mandioca Concluo também que o estudo da poética oral indígena implica o estudo das línguas vernaculares em que tais poéticas se exprimem Sem esse estudo prévio, o pesquisador em poéticas indígenas mal poderia compreender os simbolismos, significados e associações elaboradas nas línguas indígenas |