Para além da "fala do crime" : interações sociais e disputas de legitimidade vivenciadas por jovens "envolvidos" no "mundo do crime", em Londrina-PR

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Gusmão, Franceline Priscila
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.uel.br/handle/123456789/16546
Resumo: Resumo: Esta pesquisa tem como objeto de análise os significados construídos pelos jovens em cumprimento de medidas socioeducativas sobre o “mundo do crime”, tendo como pano de fundo as interações sociais deles O objetivo geral é investigar o processo por meio do qual os jovens “envolvidos” no “mundo do crime” atribuem confiança, reconhecimento e aceitam as regras do que é considerado o “certo” por essa instância normativa Para isso, definiu-se o seguinte problema sociológico: como as interações sociais estabelecidas com a polícia, a família, a escola, a vizinhança e as relações de trabalho podem influenciar os jovens em cumprimento de medidas socioeducativas na definição de legitimidade em torno do “mundo do crime”, tendo como cenário a cidade de Londrina? Sustenta-se a hipótese de que as experiências cotidianas dos jovens nos campos indicados no problema de pesquisa são centrais para que se delineie legitimidade em torno do “mundo do crime”, ou seja, contribuem para que os jovens construam sentidos de confiança, proteção e reconhecimento em relação a essa instância normativa A pesquisa de campo se concentrou no CENSE I (Centro de Socioeducação de Londrina), com jovens de 15-17 anos de idade, do sexo masculino e moradores das periferias da cidade Fundamentou-se no interacionismo simbólico, no intuito de investigar as interações sociais vivenciadas pelos sujeitos nos campos em questão As narrativas dos jovens, coletadas na pesquisa de campo, foram organizadas em categorias analíticas, amparando-se na Análise de Conteúdo (BARDIN, 1979) As categorias analíticas foram organizadas em três momentos, na tentativa de discutir e analisar 1) a organização das atividades do roubo e tráfico de drogas; e o processo de formação que percorrem no “mundo do crime”, sendo que a inserção nesse espaço é dada por um processo de internalização de normas e regras desta instância; 2) as sociabilidades e os ambientes de tensões, conflitos e disputas nos quais os jovens se inserem, no que diz respeito à disputa de áreas contornadas pelo tráfico de drogas; às relações estabelecidas com a polícia; e às relações estabelecidas com a vizinhança; 3) os espaços de interações que os jovens vivenciam com a família, a escola e o trabalho, discutindo a perspectiva de que o “mundo do crime” faz fronteira com esses espaços, contribuindo para que os jovens criem sentidos e significados sobre a realidade na qual se inserem Vivenciam, assim, momentos de tensões e disputas nesses espaços de interações, uma vez que o “mundo do crime” também passa a ocupar, na percepção do jovem, os papeis sociais da família, escola e mundo do trabalho