Mal, ruína e vestígios da memória do holocausto : uma leitura dos silêncios de Gonçalo M. Tavares

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Curanishi, Fernanda Tonholi Sasso
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Mal
War
Link de acesso: https://repositorio.uel.br/handle/123456789/18399
Resumo: A literatura, tal qual as demais artes, é um terreno de representação sensível da realidade material. Assim, o que a vida apresenta de forma seca e impactante, a literatura ameniza com o poético e o ficcional embebidos em uma verossimilhança que, não raro, transforma o choque em surpresa. Considerando a Segunda Guerra Mundial e os campos de concentração como um crasso exemplo do real, esse estudo intenta investigar, a partir dos romances de Gonçalo M. Tavares Jerusalém (2006) e Uma menina está perdida em seu século à procura do pai (2015), de que formas o autor constrói significados que rememoram esse evento, cuja gravidade é acentuada pela ideia de mal banalizado, cunhado por Arendt enquanto tentava compreender o mecanismo que conduzia as experiências dos campos de extermínio. Dessa forma, pairando sob a conclusão de que o mal outrora aplicado pode surgir novamente em qualquer período após a Segunda Guerra, compreendemos a importância de fixar tal acontecimento na memória coletiva, a fim de que se torne possível uma reflexão crítica ante a iminência de novas aplicações da barbárie. Ao mesmo tempo, demonstramos, ainda, as formas pelas quais Tavares ressignifica o fenômeno da escrita literária, uma vez que se vale dos silêncios e suas implicações para tecer duas narrativas excepcionais, que podem nos dizer mais sobre a realidade de nossos dias do que supomos.