Estereótipos e subalternizações na representação de sujeitos indígenas nas produções audiovisuais humorísticas brasileiras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Tomaelli, Ana Clara dos Reis
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.uel.br/handle/123456789/18555
Resumo: Embora o primeiro documento que registre o contato intercultural entre não indígenas e indígenas que habitavam estas terras quando os colonizadores as invadiram tenha sido redigido há mais de 500 anos, os povos originários continuam sendo representados pelos não indígenas de forma estereotipada nas mais variadas mídias. Levando isso em conta, o presente trabalho tem como objetivo analisar a presença de estereótipos e subalternizações na representação dos sujeitos indígenas na esfera do humor audiovisual brasileiro, a fim de verificar se houve mudanças na forma de retratá-los, passando pelo conceito de racismo recreativo (Moreira, 2019), que tem encontrado eco no movimento negro, mas pode ser aplicado também com relação aos povos originários. Para tal, foi realizada uma análise fílmica de seis esquetes que representavam personagens indígenas, os quais foram veiculados no período entre 1990 e 2020. Aliado a isso e visando propiciar a realização de uma pesquisa colaborativa não extrativista, foi feita uma roda de conversa com os estudantes do Ciclo Intercultural de Iniciação Acadêmica dos Estudantes Indígenas da UEL. Pautando-se na decolonialidade da comunicação e privilegiando a memória oral, esses estudantes puderam assistir a essas peças e compartilhar suas percepções e seus incômodos acerca delas. Observou-se que, ainda que tenha sido percebida uma atualização no discurso proferido pelas personagens nos esquetes mais recentes, a representação visual segue sendo repleta de estereótipos que remetem aos indígenas de 1500. Constatou-se também que, nos últimos anos, os próprios indígenas passaram a produzir humor audiovisual: por meio da subversão, têm se tornado agentes de piadas que, até então, os utilizavam como alvos.