O Diabo veste Benoiton : a sobrevida de uma personagem-tipo na moda brasileira da segunda metade do século XIX

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silva, Pamela Manoela Velozo da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.uel.br/handle/123456789/18358
Resumo: No século XIX, a ascensão da burguesia como classe dominante impôs à sociedade padrões familiares, nos quais a mulher era retratada como um adorno passivo. A moda desempenhou um papel crucial ao moldar a imagem da "mulher-objeto", associada à frivolidade e à busca por atenção. A efemeridade das tendências exigia uma dedicação intensa das mulheres, desviando sua atenção de questões políticas e intelectuais. Alguns jornais, sensíveis à necessidade de libertar as mulheres dessas restrições estéticas, buscavam desafiar o status quo, enquanto outros perpetuavam estereótipos. A presente pesquisa busca destacar a importância da moda na representação feminina e como alguns textos literários refletiam a influência da moda na sociedade do século XIX. O tipo Benoiton, inspirado nas personagens da peça La Famille Benoiton, de Victorien Sardou (1831-1908), sobreviverá em refigurações literárias e extraliterárias tanto em Portugal como no Brasil, onde permanecerá por mais de trinta anos como importante influência na moda da segunda metade do século XIX. A importância dessa sobrevida, sobretudo na moda, nos levou a uma pesquisa profunda em diversos periódicos portugueses e brasileiros da época, buscando compreender a relação entre moda, temperamento e identidade social nas sociedades portuguesa e brasileira. A conclusão a que chegamos é que se vestir à “benoiton” representava uma forma de resistência e de afirmação da identidade para as mulheres, tendo em vista o contexto restritivo do século XIX.