Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Hata, Luli |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.uel.br/handle/123456789/13945
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Resumo: |
Resumo: Este trabalho apresenta a relação interdiscursiva entre a mitologia Yanomami, publicada no livro Folk Literature of Yanomami Indians (199) e presente em A queda do céu: palavras de um xamã yanomami (215), e as fotografias da série Sonhos, de Claudia Andujar, publicada no livro A vulnerabilidade do ser (25) As imagens desta série resultam de fusões de fotografias feitas por Andujar em momentos e locais diferentes Segundo suas palavras, a intenção é trazer ao público não índio a beleza e a riqueza do conhecimento mítico dos Yanomami Essa afirmativa justifica a busca, neste trabalho, pelos elementos que tecem a interdiscursividade, especialmente quando grande parte dos estudos e análises sobre sua obra demonstram o desconhecimento sobre a cosmogonia yanomami, e os esforços resultam em frases que assumem a incapacidade de compreensão Na medida em que a cosmogonia yanomami é trazida à tona, verifica-se que o trabalho de manipulação empreendido pela fotógrafa, intervenção que claramente é compreendida como falseamento de uma imagem fotográfica ou, em outras palavras, ficcionalização de um dado da realidade, paradoxalmente se constrói uma verdade: a verdade mítica yanomami É a potência do falso que instaura uma verdade, segundo a concepção de fabulação de Deleuze É esta a tese defendida neste trabalho: fabulação, a potência do falso, é o conceito que permite compreender o discurso imagético de Andujar Quanto mais falso aos olhos da sociedade ocidental, mais se revela a verdade daquele que Deleuze identifica como pobre: o dominado, o marginalizado, o outro O aporte teórico da pesquisa precisou ser amplo para responder a questões antropológicas, imagéticas, filosóficas, culturais, literárias, artísticas e sensíveis Empreendeu-se a tarefa de identificar nas fotografias de Andujar o que provoca a estesia no público não índio que, mesmo sem possibilidade de compreensão racional, é mobilizado pelas imagens Em seguida, buscou-se compreender a mitologia e o Yanomami, a partir de uma antropologia profundamente inspirada em Deleuze, que propõe a noção de perspectivismo Por fim, as fotografias da série Sonhos são analisadas de forma a extrair os mitos e a cosmogonia dos Yanomami, a partir da abordagem da Semiótica Discursiva, com apoio na Semiótica Plástica e nas teorias sobre a imagem e o pensamento simbólico É nesse trabalho de revelação do sagrado nas imagens de Andujar que se evidencia a fabulação por ela empreendida |