Florestas ripárias e qualidade da água em nascentes no norte do Paraná, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Cavalheiro, Alba Lúcia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.uel.br/handle/123456789/8516
Resumo: Resumo: Em menos de 8 anos, a cobertura florestal nativa do Paraná foi reduzida de 88 para 12% e, de acordo com o Cadastro Ambiental Rural, ao menos 38% das áreas de preservação permanente (APPs) do estado foram completamente desmatadas A ausência ou escassez de florestas ripárias anula ou compromete serviços ecossistêmicos, como a manutenção da qualidade da água via filtro de nutrientes provenientes do entorno Este trabalho avaliou a eficiência de florestas ripárias de diferentes larguras na manutenção da qualidade da água de nascentes na paisagem agrícola do norte do Paraná, Brasil Onze riachos de primeira ordem, sendo três localizados em bacias florestais e oito em bacias agrícolas, foram amostrados em intervalos de dois a quatro meses, num total de cinco amostragens, entre julho/215 e setembro/216 Foram avaliados os efeitos da quantidade e qualidade da floresta, da bacia de captação e do volume de precipitação sobre as variáveis fósforo, nitrogênio, oxigênio dissolvido, condutividade elétrica, pH e temperatura, associadas à qualidade da água dos riachos Como o coeficiente de Spearman apontou correlação entre largura e cobertura florestais (,83), e entre largura e qualidade da floresta (,72), as análises foram conduzidas considerando dois conjuntos de preditoras: o primeiro, composto por largura da faixa de floresta, área e inclinação da bacia de contribuição, teor de fósforo no solo do entorno e no solo ripário e precipitação; o segundo, composto por cobertura e qualidade da floresta, área e inclinação da bacia de contribuição, teor de fósforo no solo do entorno e no solo ripário, e precipitação Os testes de Kruskal-Wallis e Dunn mostraram que riachos agrícolas e florestais diferiram nas concentrações de nitrogênio e na temperatura Também mostraram diferenças entre amostragens nas concentrações de fósforo, oxigênio dissolvido e temperatura, provavelmente relacionadas aos maiores volumes de precipitação, em ambos os tipos de riachos O teste de Shapiro-Wilk indicou que os dados não apresentaram distribuição normal, razão pela qual foram utilizados modelos lineares generalizados mistos (GLMM) para modelar as relações entre as variáveis-resposta e as preditoras, para o conjunto total dos dados (n=11) e para bacias agrícolas (n=8) O melhor modelo para cada variável-resposta foi selecionado utilizando a função ICtab Faixas mais largas de floresta ripária não garantiram a manutenção da qualidade da água de nascentes, mas cobertura e qualidade das florestas sim A porcentagem da bacia de contribuição coberta por florestas e a qualidade destas florestas, juntamente com as características da bacia e o volume de precipitação, influenciaram a maioria das variáveis-resposta Estes resultados corroboram a indicação de que sejam consideradas características regionais na determinação das APPs ripárias para que a manutenção da qualidade da água pelas florestas seja eficiente Além disso, reforçam a preocupação diante do cenário atual de mudanças climáticas, no qual eventos extremos como fortes chuvas podem se tornar cada vez mais intensos e frequentes