Uso de enzimas como bioindicadores em solos com diferentes culturas no Cerrado goiano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Zago, Leciana de Menezes Sousa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Goiás
UEG ::Coordenação de Mestrado em Recursos Naturais
Brasil
UEG
Programa de Pós-Graduação Stricto sensu em Recursos Naturais do Cerrado RENAC
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.ueg.br/handle/tede/315
Resumo: O Cerrado brasileiro abrange cerca de dois milhões de quilômetros quadrados com área de baixa declividade e solos bem drenados, representando um grande atrativo para a agricultura mecanizada. A produção de cana-de-açúcar, soja e milho no estado de Goiás tem demandado a substituição de áreas de Cerrado em ecossistemas agrícolas. Apesar das vantagens financeiras, o uso e manejo do solo acarretam modificações em atributos físicos, químicos, biológicos e bioquímicos do solo e consequentemente na sua dinâmica de funcionamento que é dependente de processos de transformação da matéria orgânica mediados por microrganismos e enzimas extracelulares. No presente estudo buscou-se compreender a influência de culturas agrícolas anuais e perenes sobre a atividade de enzimas que participam do ciclo do carbono, nitrogênio e fósforo e propor a utilização de enzimas hidrolases como bioindicadores de qualidade do solo. Amostras de solo de Cerrado nativo e sob cultivo de soja, milho e cana-de-açúcar foram coletadas na profundidade de 0-10 cm, durante os períodos de chuva e seca, em seis pontos no estado de Goiás. Foram avaliados os teores de macronutrientes, matéria orgânica, carbono orgânico total, nitrogênio total e carbono da biomassa microbiana, assim como a atividade de α e β-glicosidases, fosfatase ácida, glicina aminopeptidase e protease. Os dados foram analisados por ANOVA Two-way e MANOVA One-way e as médias comparadas pelo teste de Teste de Tukey e T2 de Hotteling, respectivamente, considerando p<0,05. As relações entre as propriedades químicas e bioquímicas foram determinadas pela análise de Correlação de Pearson. O teor de nutrientes não se diferiu entre os diferentes tipos de uso do solo. Entretanto, os teores de matéria orgânica, carbono orgânico total, nitrogênio total e carbono da biomassa microbiana encontraram-se em menor proporção em ecossistemas agrícolas de monoculturas, evidenciando o efeito negativo do uso do solo para a qualidade desse ecossistema. A atividade de α e β-glicosidade foi menor apenas em solos com cultivo de cana-de-açúcar em relação às culturas anuais e Cerrado nativo, o que demonstra um efeito positivo das técnicas de plantio direto e rotação de culturas nas espécies de ciclo anual. A atividade de fosfatase ácida foi menor nas áreas de cultivo onde houve adição de adubo fosfatado. Aminopeptidase e protease foram influenciadas pela qualidade dos resíduos proteicos presentes no solo, sendo que a atividade de aminopeptidase foi maior em solos de cerrado nativo, enquanto protease foi menor nesse ecossistema. Embora a substituição de vegetação nativa ocasione perda de biodiversidade e redução da atividade bioquímica no solo, a implantação de culturas anuais provocou menor impacto ao ecossistema, já que as práticas de manejo estimulam a atividade microbiana no solo, o que não foi observado em relação às monoculturas. Mesmo assim, quando os dados foram analisados em conjunto foi possível observar que as alterações na cobertura vegetal e nos sistemas de manejo afetaram a atividade biológica no solo. Desse modo, as variações encontradas na atividade de hidrolases confirmaram que essas enzimas são sensíveis a variações decorrentes de práticas de gestão e uso do solo e portanto podem ser usadas como bioindicadores de qualidade do solo.