Conselho de classe na escola : espaço de relações de poder e de estigmatização docente e discente

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Morais Júnior, Joscemar Teixeira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Goiás
UEG ::Coordenação de Mestrado em Língua, Literatura e Interculturalidade
Brasil
UEG
Programa de Pós-Graduação Strito sensu em Língua, Literatura e Interculturalidade (POSLLI)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.ueg.br/handle/tede/757
Resumo: O estudo Conselho de classe na escola: espaço de relações de poder e de estigmatização docente e discente tem como objetivo geral compreender o CC (conselho de classe) como gênero discursivo pedagógico de relações de poder e de estigmatização docente e discente a partir da mediação da linguagem. Trata-se de um estudo qualitativo, configurado pelo estudo de caso (LÜDKE; ANDRÉ, 1986) em torno de CC realizados em um colégio público do interior do estado de Goiás, no qual atuam trinta e oito professores, aproximadamente 7 temporários, 16 representantes do corpo administrativo e cerca de 738 alunos. Os participantes contribuíram de duas formas distintas; no primeiro momento, optei pela observação com notas de campo e gravação em áudio de três reuniões de CC, sempre realizadas ao final dos bimestres, com durações de 2 horas e meia cada uma, aproximadamente. Além disso, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 4 professoras, 3 temporárias e 1 efetiva. Os dados gerados foram colocados em análise pelo ângulo da LAC (Linguística Aplicada Crítica), a fim de descortinar a proximidade entre práticas de linguagemepráticas pedagógicas, ambas inerentes à produção de relações de poder. Com o apoio dessa teoria, dos pressupostos de Dalben (2004, 1992, 2010) e de Foucault (2003, 2009, 2008, 1987), entre outros, constatei os critérios de realização de conselhos pelo olhar exclusivo de categorização dos alunos pelos professores, às vezes de modo superficial, sem apresentar perspectivas de solução aos problemas pedagógicos e de aprendizagem, com foco em uma divisão entre alunos bons e ruins, denotando uma prática de exclusão desses discentes, ao configurar alguns como ruins e anormais, baseados na estigmatização social (GOFFMAN, 2004). Além disso, os conselhos se apresentam como espaço de relações hierárquicas entre professores em função do lugar de fala que ocupam na escola, situados em uma ordem discursiva destinada a definir quem pode falar, sobre e como falar; assim, há docentes efetivos autorizados a falar e temporários silenciados em virtude do lugar de fala não privilegiado. Outros desajustes perceptíveis estão na não inclusão de alunos e de seus familiares ou responsáveis na realização do CC, o que viola um dos princípios desse instrumento pedagógico da escola, que é incluir todos nas decisões políticas do meio escolar. Ainda assim, o CC constituiu-se como necessário à prática de professores e da escola, ampliando as possibilidades de reflexão e da prática de docentes que podem ter nele a reafirmação de suas identidades mútua e coletivamente, ressignificando eles mesmos e a docência.