Processos de (re)produção do espaço social do Assentamento São Bento, em Heitoraí-GO, durante a década de 2000 : leituras do cotidiano e das redes de sociabilidades

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Lima, Jean Carlos Ribeiro de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Goiás
UEG ::Coordenação de Mestrado Territórios Expressões Culturais do Cerrado
Brasil
UEG
Programa de Pós-Graduação em Territórios e Expressões Culturais no Cerrado (PPG-TECCER)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.ueg.br/handle/tede/1036
Resumo: A presente dissertação tem por objetivo apresentar, no âmbito interdisciplinar da Geografia, História e Sociologia, um estudo sobre o Assentamento São Bento, em Heitoraí-GO, de maneira a destacar os processos de reprodução do espaço social, a partir das redes de sociabilidades criadas no cotidiano dos assentados. O campo teórico-metodológico do estudo se apoia no procedimento regressivo-progressivo desenvolvido pelo filósofo e sociólogo francês Henri Lefebvre. Com base nesse procedimento, foi possível compreender que a gênese dos assentamentos rurais, no Brasil, tem como procedimento histórico-social a formação territorial e a questão agrária justapostas em disputas e conflitos entre diferentes sujeitos e grupos sociais. Além disso, foi possível apreender que o domínio social retém uma leitura da realidade que escapa à categorização filosófica abstrata por abarcar o real em sua amplitude concreta e essencial. Diante disso, destacamos que os seguintes objetivos orientam a dissertação: identificar as trajetórias histórico-políticas e territoriais de Heitoraí-GO, compreender sua inserção, a partir dos processos formadores do Cerrado Brasileiro e analisar as formas de sociabilidades constituídas no cotidiano fragmentado do Assentamento São Bento como possibilidades de ruptura do binômio capital-estado. Os procedimentos metodológicos do estudo são revisão bibliográfica sobre os temas da questão agrária, territorial e da literatura especializada sobre a temática dos assentamentos rurais no Brasil. Ademais, foram realizadas consultas e pesquisas nos documentos do Instituto de Colonização e Reforma Agrária e da Comissão Pastoral da Terra. Desenvolveu-se trabalhos de campo no assentamento em foco, no qual foi possível efetivar entrevistas, aplicar questionários e consultar atas de reuniões dos períodos de acampamento. Por meio da observação participante, apreendeu-se que o cotidiano dos assentados é determinado pelas condicionantes da objetivação econômica e burocrática, a saber, da produção, do trabalho, da comercialização e da negociação. Entretanto, relações sociais, baseadas na cooperação espontânea e nos auxílios mútuos, revelam fraturas no cotidiano capturado pelo binômio capital-estado. Significa que, apesar das condições objetivas serem imprescindíveis, a dimensão subjetiva das relações sociais, vinculadas ao conjunto de afinidades entre os assentados, define outras formas de reprodução social além da esfera econômica. Essas dimensões constituem redes de sociabilidades que se constroem, se desmancham em velocidades distintas no cotidiano dos assentados, e que também se operam espontaneamente, ao passo que as necessidades surgem.