O Que os olhos não vêem o coração não sente – o conflito socioambiental no cerrado : o caso da APA do Pouso Alto/GO

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Costa, Carlos Alberto da.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Goiás
UEG ::Coordenação de Mestrado Territórios Expressões Culturais do Cerrado
Brasil
UEG
Programa de Pós-Graduação em Territórios e Expressões Culturais no Cerrado (PPG-TECCER)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.ueg.br/handle/tede/345
Resumo: Numa tentativa de se inserir no contexto das discussões ambientais internacionais, o Estado brasileiro viabilizou algumas normativas para fins de proteção ambiental, sendo o Sistema Nacional de Unidade de Conservação (SNUC) uma delas. Este documento apresenta duas formas de proteção, a de uso sustentável e a integral. A Área de Preservação Ambiental (APA) do Pouso Alto insere-se na categoria de uso sustentável, e o Plano de Manejo é o documento que direciona a ocupação da APA, bem como regula a exploração da biodiversidade no território. A presente pesquisa levou em consideração o recorte temporal que permeia os anos de 2001 a 2018, ano de criação APA até o ano de reformulação do Plano de Manejo. O objetivo da presente pesquisa é realizar um estudo sobre a APA do Pouso Alto no contexto da sociedade de risco. Nessa sociedade de risco, os conflitos são parte integrante de sua característica. Dessa forma, há/houveram conflitos decorrentes da implantação da APA do Pouso Alto no Cerrado goiano? A metodologia adotada partiu de um caráter exploratório do tema e de uma abordagem qualitativa, cujos procedimentos técnicos são os da pesquisa bibliográfica e documental, além de ser complementado pelo método da observação participante. O conflito socioambiental na APA do Pouso Alto é resultado das consequências da sociedade de risco, em que há uma desarticulação das estruturas sociopolíticas, contribuindo para que atores sociais, que durante alguns momentos foram ocultados, apesar de haver intensas mobilização, emerjam para sua participação social. Na APA do Pouso Alto, verificou-se que o conflito socioambiental, no contexto da sociedade de risco, se dá mais especificamente pelo uso da terra, notadamente para fins de produção, seja ela para fins do agronegócio ou para a agricultura familiar em assentamentos rurais. As principais fontes de pesquisa foram o Plano de Manejo da APA de Pouso Alto, legislações como a Constituição Federal e a Lei 9.985/2000, bem como várias bibliografias, como Beck (2010), Haesbaert (2004), Klink (2005), Ribeiro e Walter (2008), Diegues; Arruda (2001), Little (2002), Santos (2002), Valle (2004), entre outros que discutem a temática. O referencial teórico que subsidiou as reflexões são os que abordam as categorias que compõem o objeto de estudo, como é o caso da abordagem do bioma Cerrado, de Ribeiro e Walter (2008), hotspots de Mayers et al. (2000), sociedade de risco de Beck (2011), território de Haesbaert (2004), conflito de Simmel (1983), entre outros. O conflito socioambiental na APA do Pouso Alto reflete as complexidades existentes na sociedade de risco, sendo capaz de proporcionar uma dinamização em vias de impactar a coletividade.