Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Patrícia Maria Apolônio de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual do Ceará
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=94438
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Resumo: |
Esta dissertação constrói-se como pesquisa participante sobre a construção de identidades de mulheres negras e sua relação com a Rede Kilofé, uma rede de economia empreendedora de negras e negros, situada na cidade de Fortaleza Ceará. Pautada nas teorias sociais contemporâneas, essa pesquisa é o resultado de um exercício analítico de acionar a existência das negociações interseccionais entre as dimensões de raça, gênero e trabalho. Nela é proposta uma tentativa de utilizar como referenciais teóricos, em sua maioria, autores negros. Nosso objetivo é compreender como mulheres negras se anunciam como tal e assim constroem suas identidades, relacionando o trabalho que elas produzem como empreendedoras negras e como elas se articulam essas dimensões na cidade. A partir da pesquisa participante, esta investigação propôs um diálogo com as técnicas etnográficas de James Clifford (2008) e José Guilherme Cantor Magnani (2002) para a construção de entrevistas, observação de campo/participante e pesquisa bibliográfica. Foram entrevistadas 7 mulheres e 1 homem, todas membros da Rede e auto declaradas negras e negro. A pesquisa procurou analisar como estes dispositivos dialogam como as narrativas trazidas por mulheres inseridas na Rede Kilofé. O marco inicial da reflexão se dá a partir do contato com as mulheres que constituem essa rede de empreendedoras negras nesse contexto. Afirmações de identidade negra por parte de grupos representativos, como a Rede Kilofé, têm oferecido elementos para que estas mulheres explorem um nicho de mercado ligado às questões étnico-raciais. A relação entre mulheres negras, construção de identidades e geração de renda perpassa os resultados da pesquisa, utilizando-se o contexto da criação da Rede Kilofé, a partir dos debates produzidos sobre a economia de negras e negros na cidade. Como resultado da pesquisa conseguimos compreender como o empreendedorismo realizado por elas pode ser um campo possível de trabalho e ressignificação sobre suas identidades. As redes de economia para empreendedoras(es) negras(os) contribuem para uma constituição identitária racial das mulheres que participam do grupo, além de favorecer debates sobre a presença da população negra na cidade. O empreendedorismo negro, trazido pela Rede Kilofé, pode apresentar-se como um instrumento de reflexão sobre a mulher negra e sua relação com o mercado de trabalho, enfrentando duplamente o desafio de salários mais baixos do que os de mulheres brancas e homens brancos e negros, bem como maiores dificuldades de inserção no mercado de trabalho, optando, assim, pelo empreendedorismo. Logo, esta atividade pode ser um meio de sustento, pois elas buscam uma independência financeira, assim como pode ser uma alternativa para superar dificuldades cotidianas, como preconceitos que vivenciam por questões relacionadas à constituição de identidades atravessadas pela intencionalidade. Portanto, a pesquisa aponta uma direção para entender que a construção de identidades raciais é um processo social, afetivo, cultural e político, em cujas esferas ocorrem relações de poder, uma vez que elas realizam um exercício de relacionar suas identidades aos seus empreendimentos, ressignificando tanto seu trabalho, como suas independências e fortalecendo identidades positivas sobre si. Tratam-se as identidades como atos políticos, que adquirem sentido por meio da linguagem e dos sistemas simbólicos pelos quais são representados. Sendo assim, as mulheres negras da Rede Kilofé estão em constante formação de suas identidades e, ao mesmo tempo, tem ensinado a construir marcos referenciais sobre elas. Palavras-chave: Mulheres negras. Rede Kilofé. Identidade. Empreendedorismo. Fortaleza. |