RACISMO EPISTÊMICO: Uma Análise de Discurso Crítica da Política de Silenciamento da Filosofia Africana no Discurso Aristotélico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Francisco Erik Washington Marques Da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=107185
Resumo: Esta dissertação de mestrado, inserida dentro do campo interdisciplinar composto por Filosofia e Análise de Discurso Crítica, teve como objetivo geral analisar a manifestação do racismo epistêmico em trechos da obra Metafísica escrita por Aristóteles por meio das maneiras como a prática filosófica aristotélica produz um silenciamento discursivo da filosofia kemética. Para tanto, fundamentamos por um lado na filosofia produzida por filósofos (as) negros (as) (NOGUERA, 2014; JAMES, 1954; CARNEIRO, 2005; OBENGA, 2004) e, por outro, na abordagem dialético-racional da Análise de Discurso Crítica (FAIRCLOUGH, 2001; 2003) combinando-a com os conceitos de silenciamento discursivo (ORLANDI, 2007) e os modos de operacionalização da ideologia (THOMPSON, 2011). Em termos de metodologia, a pesquisa foi qualitativa, de tipo interpretativa-documental utilizando a categoria do significado representacional por meio das noções de interdiscursividade e intertextualidade para analisar os excertos da obra Metafísica. Concluímos que o modo como Aristóteles representa a filosofia em seu discurso, bem como sua definição do conhecimento elaboram um silenciamento discursivo de outras possibilidades filosóficas. Este silenciamento ocorre por meio da utilização das estratégias de racionalização, universalização e narrativização (THOMPSON, 2011), instituindo um modo de representar o discurso filosófico de Aristóteles, fundando assim uma forma de apresentar os conhecimentos keméticos como não tendo legitimidade. Concluímos também que a relação entre racismo epistêmico e silenciamento discursivo causa um silenciamento da história e dos sujeitos negros/as como produtores de conhecimento, reverberando assim a consequências sociorraciais que observamos nos dias atuais.