Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Rodrigues, Ana Germana Pontes |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual do Ceará
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=113385
|
Resumo: |
<div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">Sob a perspectiva teórico-metodológica da Sociolinguística Variacionista, este estudo aborda,</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">no falar popular de Fortaleza, um fenômeno bastante recorrente: o enfraquecimento da</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">fricativa /v/, cuja realização ocorre tanto com [v] (manutenção) quanto com [h] (aspiração),</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">como em [v]ai ~ [h]ai e ta[v]a ~ ta[h]a. Esse fenômeno tem registros, no falar cearense, desde</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">1937, e continuou sendo relatado, inclusive, por pesquisadores de outros Estados,</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">principalmente do Nordeste, que registraram essa mesma realização variável em suas cidades.</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">A escolha desse tema justifica-se, primeiramente, pelo fato de o aspecto fonético ser um dos</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">que mais rapidamente revelam as variações linguísticas. Também, por estarmos descrevendo a</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">língua em uso, este trabalho pode contribuir para o ensino de língua materna e estrangeira, ao</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">colaborar para o desenvolvimento da competência comunicativa e ao proporcionar a</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">professores e alunos um melhor conhecimento da diversidade linguística local. O objetivo</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">geral deste trabalho é analisar o efeito de fatores linguísticos (contextos fonológicos</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">precedente e subsequente, tipo de sílaba, tonicidade, status morfológico do segmento,</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">dimensão do vocábulo, classes de palavras, grupo fônico, frequência de uso do segmento) e</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">sociais (gênero/sexo, faixa etária, escolaridade, monitoramento estilístico) sobre a realização</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">variável da fricativa /v/ na comunidade de fala fortalezense. Assim, esses condicionamentos</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">foram testados em uma amostra constituída por 48 informantes, proveniente do projeto Norma</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">Oral do Português Popular de Fortaleza (NORPOFOR). Transcrevemos mais de 20 horas de</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">gravações, obtendo-se um total de 11.017 ocorrências de /v/. Os dados foram submetidos ao</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">programa de análise estatística GoldVarb X (2005) e a interpretação de seus resultados</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">revelou que, das variáveis linguísticas, a mais selecionada foi a frequência de uso, que</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">confirmou nossa hipótese inicial de que quanto mais usual, maior será a probabilidade de um</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">termo enfraquecer; o contexto fonológico subsequente também foi bastante recorrente em</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">nossas análises e, com ele, comprovamos a hipótese de que a vogal [a] seria bastante</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">favorável ao enfraquecimento de /v/, e isso aconteceu não apenas nos contextos em que o</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">morfema /ava/ do pretérito imperfeito do indicativo estava presente. Das variáveis sociais, as</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">mais relevantes foram a faixa etária e a escolaridade. Em relação à primeira, os maiores</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">índices com a variante aspirada ocorreram, preferencialmente, na faixa de 50 anos ou mais, o</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">que confirmou nossa hipótese inicial. Quanto à escolaridade, os resultados apontaram uma</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">atuação positiva ao enfraquecimento de /v/ entre os informantes com escolaridade de 0 a 4</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">anos, o que reforçou a hipótese de que a variante aspirada é estigmatizada na comunidade de</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">fala fortalezense. Dessa forma, os resultados dessas duas variáveis nos apontaram indícios de</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">uma mudança em progresso. Ao compararmos o comportamento desse fenômeno em</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">Fortaleza com o de outras cidades, como Salvador e João Pessoa, verificamos que, em cada</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">uma delas, esse processo encontra-se em diferentes estágios de implementação. Enfim,</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">acreditamos que a aspiração de /v/ seja uma das peculiaridades do falar fortalezense, que</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">enriquece os elementos sócio-culturais que caracterizam esta comunidade.</span></font></div> |