Cuidado clínico de enfermagem em saúde mental: contribuições da psicanálise para uma clínica do sujeito

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Almeida, Arisa Nara Saldanha de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=60019
Resumo: A partir de observações acerca do cuidado de enfermagem às pessoas em sofrimento psíquico nos serviços de saúde, objetivamos analisar as possibilidades de um cuidado clínico de enfermagem pautado pelo referencial teórico da psicanálise. Apostamos no fato de que, através da consideração da dimensão ética do sujeito articulado ao seu desejo, podemos reinventar novos espaços e ferramentas de atuação da enfermagem psiquiátrica. A psicanálise é o principal referencial teórico dessa pesquisa, articulando a teoria à experiência clínica. Dessa forma, debruça-se nas discussões da clínica psicanalítica para Sigmund Freud e na releitura dessa clínica por Jacques Lacan. O percurso metodológico se deu através da concepção de construção de caso clínico. Esse método trata de situar o sujeito como verdadeiro operador, sendo que ao profissional/pesquisador cabe a função de colocá-lo em condições de sê-lo. Assim, a construção do caso clínico implica em fazer falar, trazendo para a cena discursiva o sujeito que sofre, reconhecendo que seu sofrimento se articula ao modo que sua estrutura psíquica se organizou. Desta forma, a construção do caso clínico inicia-se no momento em que o profissional se prepara para escutar as demandas do sujeito e assim começar a delimitar, junto a ele, o seu desejo inconsciente, a partir da demanda que este faz. O primeiro passo foi o atendimento clínico dos sujeitos com queixas psíquicas no Centro de Atenção Psicossocial da Regional IV de Fortaleza-CE, num período de seis meses, no primeiro semestre de 2009. Só depois se passou ao estágio de construção do relato do caso. As etapas dessa construção do caso consistem em: escrita do “pathos-doença” e a descrição da história da doença - escrever a clínica analítica do “patho-doença”, através da mera descrição da história da doença; escrita do “pathos-transferência” do paciente no tratamento analítico - nesse momento o destaque recai sobre a mera descrição da história da “paixão-transferência” do paciente em relação ao analista ao longo do tratamento analítico; escrita da construção teórica - trata-se de escrever a análise e a interpretação das histórias da doença e da transferência para se realizar a construção teórica em psicanálise. Entendemos que são muitas as vias que se abrem nesse encontro da enfermagem com a psicanálise. Na maioria delas, não se trata de fazer do enfermeiro um analista. Isso nem mesmo seria possível dessa forma. Mas mesmo assim, há aí uma contribuição, no momento em que se começa a entrar na ética do “um a um”, na consideração do “caso a caso”. Dessa forma, exerce-se uma verdadeira “clínica do sujeito”, onde o que importa é exatamente aquilo que do coletivo escapa, ou seja, o cuidado com a singularidade. Finalmente, salientamos a importância dessa clínica do sujeito na construção de novos espaços que façam emergir a fala do sujeito. Almejamos, portanto, que o cuidado clínico de enfermagem em saúde mental tenha como objeto de sua prática clínica o sujeito inconsciente e suas relações com a emergência da fala. Palavras-chave: Enfermagem psiquiátrica; cuidado clínico; psicanálise; clínica do sujeito.