Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Azevedo, Érica de Abreu |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual do Ceará
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=107763
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Resumo: |
<font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">Com este trabalho, apresento um estudo sobre o pronunciamento do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em visita ao Brasil, em 2011, a partir das categorias bakhtinianas alteridade, exotopia e entonação. O objetivo é examinar de que forma as categorias de análise ajudam a entender como são construídas imagens do Brasil no referido pronunciamento. Desse modo, a pesquisa possui natureza teórica e caráter exploratório, com abordagem qualitativa. Como embasamento teórico, apoio-me na concepção social da natureza da língua, de M. Bakhtin e de seu Círculo, a qual defende que a fala está vinculada às estruturas sociais, relacionando-se às condições da comunicação humana, sendo responsável pelas transformações linguísticas. No âmbito dessa abordagem, exponho as três categorias de análise, sendo a exotopia a macro-categoria. Ela diz respeito ao excedente de visão que o outro possui, ao qual eu não tenho acesso, que me completa de sentido e me dá acabamento. Assim, o excedente de visão da nação EUA em relação à nação Brasil dota-a de significado e lhe dá acabamento. Os sentidos advindos dessa relação são formados pela alteridade. A categoria alteridade assume relevância nesta pesquisa por ser a relação eu-outro pré-condição para o funcionamento da exotopia na enunciação de Obama. A última categoria de interesse, a entonação, é a modalidade apreciativa que existe em todo enunciado. Ela afeta a significação porque revela o sentido das palavras, do pensamento. Por meio dela, é ainda possível perceber as ideologias veiculadas pelos signos. Nesta pesquisa, a relação eu-outro observável no pronunciamento de Obama é lida como uma relação entre nações, fortemente vinculada à questão cultural, analisada sob uma perspectiva social dinâmica, que privilegia sua dimensão de complexidade e de diversidade de valores e sentidos como resultado da incessante interação aí estabelecida, determinada por realidades históricas específicas. Na contemplação de Obama, por meio de seu olhar exotópico e do retorno a si, há a formatação de imagens a partir de elementos transgredientes de cunho ideológico, próprias do ethos construído pelo enunciador em sua enunciação. Por meio dessa análise, percebeu-se que Obama, em seu discurso, se propõe a desconstruir um estereótipo geralmente condizente à imagem dos Estados Unidos como potência imperialista que domina o mercado econômico global e explora o capital financeiro da América Latina, consequentemente, do Brasil. Uma das estratégias discursivas para alcançar este fim foi o de elevar a nação brasileira à potência global, fazendo-a destoar das demais nações latinas. A imagem de maior incidência formada em sua enunciação é a que desenha o Brasil como uma nação amiga dos Estados Unidos. Assim o excedente de visão de Obama em relação ao Brasil projeta uma nação brasileira de visibilidade no cenário econômico mundial, ao mesmo tempo próxima e afim, apta a fechar acordos, a ser parceira de negócios, porque comuns são os valores e ideais partilhados entre ambas as nações.</span></font> |