Amamente e doe: tecnologia mhealth para a participação ativa de mulheres na doação de leite humano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Carvalho, Lúcia Virginia Reis Aragão de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=87749
Resumo: O aleitamento materno, estratégia de proteção e nutrição para a criança, é considerado uma intervenção efetiva para a redução da morbimortalidade infantil, haja vista que visto que 60% dos casos de mortalidade por infecção respiratória e 80% dos casos de diarreia, as duas principais causas de óbito após o período neonatal precoce, poderiam ter sido evitadas pela amamentação. Os Bancos de Leite Humano (BLH) buscam garantir este nutriente aos recém-nascidos prematuros, de baixo peso ou hospitalizados em Unidades de Tratamento Intensivo Neonatal (UTIN), incentivar e apoiar as mulheres lactantes com dificuldades na prática de amamentação. Faz-se necessário sensibilizar as nutrizes com potencial para serem doadoras de leite humano, desenvolvendo o apoio técnico e medidas educativas. A pesquisa objetivou: identificar as características sociodemográficas das doadoras vinculadas a um serviço de banco de leite, seus conhecimentos e motivações para doação; conceber um artefato tecnológico para dispositivos móveis (mHealth) de apoio e educação a nutrizes e potenciais doadoras de leite humano; validar o aplicativo com mulheres doadoras e especialistas da área da saúde, atuantes na área criança e banco de leite humano. Estudo metodológico realizado em 2015 e 2016 a partir das questões experienciadas no Banco de Leite do Hospital Geral de Fortaleza (HGF) e exploradas em entrevistas com mulheres doadoras. Os resultados subsidiaram a construção do mHealth Amamente e Doe no Núcleo de Aplicação em Tecnologia da Informação (NATI) e foi validado com as usuárias do sistema público e especialistas. Das 17 doadoras entrevistadas a maior parte tinha idade entre 23 e 27 anos (47,06%); a maioria casada ou união estável (82,3%) e somente três solteiras (17,6%). A maior parte completou o ensino médio (35,3%) ou está cursando este nível de escolaridade (29,4%) e somente uma (5,9%) concluiu o ensino superior. Da ocupação, sobressaiu-se “dona de casa” e doméstica (58,8%). A maioria teve parto cesariano, dez (58,8%), confirmando o perfil do setor de obstetrícia do HGF que tem foco na gestação de alto risco. O conhecimento enfatizado pelas entrevistadas mostra os benefícios da amamentação e a motivação para doar, como um ato de empatia e solidariedade. O aplicativo foi validado cientificamente com 14 especialistas e os resultados mostram que os Índices de Validade de Conteúdo (IVC) em sua maioria ficaram acima de 0,78, comprovando o percentual de concordância dos avaliadores. Somente um item não atingiu esse índice e questionava a conformidade da tecnologia às mulheres com pouca escolaridade. Este ponto de vista e todas as sugestões foram discutidas entre os pesquisadores e as passíveis de correção, já modificadas na versão atual do aplicativo. Estas adequações contribuíram no aprimoramento de aspectos científicos e técnicos da tecnologia e facilitarão a compreensão das usuárias. O processo de concepção do mHealth “Amamente e Doe”, renovou o valor de voltar-se para o que realmente é fruto da nossa transcendência, as relações humanas e o nosso olhar para o outro. Com isso, houve uma superação da frieza e informalidade dos ambientes, compensadas pela energia trazida por cada mãe, bebê e profissionais colaboradores. Tornou-se mais que um momento de crescimento acadêmico e de responsabilidade com a produção da tecnologia, mas também de aproximação com o devir, gerando reflexões que nos interpelam à pratica da caridade solícita e amor fraterno, as coisas que nos tornam humanos. Ademais, as experiências trouxeram um modo de pensar e fazer legitimando a integração e a interdisciplinaridade nesta parceria entre o público e o privado. Palavras-chave: Aleitamento materno. Saúde da criança. Tecnologia de Informação. Educação em saúde