A possibilidade de emancipação na reflexão de Gianni Vattimo

• Ano de defesa: 2003
• Autor(a) principal: Maia, Antonio Glaudenir Brasil
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
• Palavras-chave em Português: Emancipação; Filosofia; Filosofia - modernidade; Gianni Vattimo
• Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=24853

A temática "A Possibilidade de Emancipação na Reflexão de Gianni Vattimo", enquanto uma pesquisa bibliográfica, suscita uma reflexão a cerca do fenômeno da comunicação considerado pressuposto basilar da compreensão da emancipação ocorrida na sociedade pós-moderna, indicada por Vattimo. Por isso, se defende a tese do fim da modernidade oriunda da falência do pensamento metafísico, o qual postulava conceitos de estabilidade e de plenitude ao ser ao mesmo tempo em que todas as reflexões encontravam-se presas à lógica fundamentalista do pensamento metafísico-moderno. Tal ocaso é explicitado a partir da reflexões de Nietzsche e de Heidegger no tocante à negação do pensamento metafísico, concebendo o ser como eventualidade. Pensar o ser nesse novo "paradigma" significa conceder um caráter interpretativo à ontologia e considerar o ser em termos de desfundamento, de fragilidade e de oscilação. Com a negação da metafísica e a proposição da ontologia enquanto hermenêutica do evento do ser, não se busca uma fundação mais verossímil, mas compreender tal evento como uma experiência de fim da história [dissolução da postulação de uma história unitária]. Ressalta-se o advento dos mass media, que multiplicando informações destrói qualquer pretensão de centralismo cultural [eurocentrismo]. A ação dos media promoveu a liberação de culturas particulares, acrescida da explosão de visões de mundo, reconhecidas enquanto diversidade cultural, como característica da experiência pós-moderna. O caráter emancipativo assumido na pós-modernidade com a atuação dos media, pode ser visto a partir de alguns acontecimentos, a saber: a) a libertação e o reconhecimento das culturas particulares como descentralização, que tem como efeito a falência do eurocentrismo; b) o surgimento da diversidade de visões de mundo, com suas propriedades e dialetos; c) e por fim, a nova experiência artística ausente do caráter aurático da obra de arte e a estetização geral por que passa a sociedade nos dias de hoje. Por isso, a sociedade pós-moderna é marcada por uma efervescência cultural relativizada, onde o particular ganha status. Isso evidencia a recusa e a inviabilidade das grandes narrativas filosóficas como expressão de compreensão sobre o mundo. Os media promovem assim um novo sentido cultural para a pós-modernidade enquanto desenraizamento do sentido em relação aos conceitos metafísicos - como pensaram Nietzsche e Heidegger. Isto traduz o surgimento do heterotopismo pós-moderno em detrimento do utopismo moderno, representando o significado de emancipação para o pensamento ocidental.