Fatores de risco modificáveis para diabetes mellitus no pós-transplante renal e associação com a função do enxerto renal: revisão de escopo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Bonates, Lara Anisia Menezes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=104146
Resumo: Classificada como um problema de saúde pública, a Doença Renal Crônica é determinada pela lesão do parênquima renal com ou sem diminuição da filtração glomerular ou pela diminuição da função renal por um período de três meses ou mais. A principal causa de doença renal crônica terminal é o diabetes mellitus. A doença renal do diabetes é uma das causas de doença renal crônica, sendo associada ao aumento de mortalidade, levando a pacientes ingressarem em programas de diálise e ao transplante de rim. No pós transplante renal, o diabetes também se apresenta como fator de risco que acarreta no aumento do risco cardiovascular, bem como na redução da função do enxerto, no aumento dos custos e na elevação de risco de mortalidade em indivíduos após transplante. Dentre os fatores de risco para o desenvolvimento do diabetes pós-transplante é possível destacar: história familiar; intolerância à glicose previamente diagnosticada; idade avançada; obesidade; estilo de vida sedentário; síndrome metabólica; infecções virais; dentre outros. Dessa forma, sendo o diabetes um diagnóstico que pode ser desenvolvido após transplante renal, o presente estudo teve como pergunta problema: “Quais são os fatores de risco modificáveis que interferem para o desenvolvimento do diabetes mellitus pós-transplante e sua associação com função do enxerto?”. No que se refere ao objetivo do estudo, buscou sumarizar as evidências acerca de estudos que abordam fatores de risco modificáveis em pacientes com diabetes mellitus no pós transplante renal e sua associação com enxerto renal. O percurso metodológico se tratou de uma revisão de literatura do tipo escopo, escrita conforme o relatório das recomendações do PRISMA-scr (Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Meta-Analyses extension for Scoping Reviews). Para responder à pergunta norteadora foram selecionados estudos publicados utilizando a estratégia PCC, um anacrônico para População, Conceito e Contexto. Como população foram considerados adultos em condições de doença renal crônica no pós-transplantado renal. No conceito, foram integrados à proposta desta revisão a identificação dos fatores de risco modificáveis que interferem para o desenvolvimento do diabetes mellitus após o transplante renal. Sobre o contexto, foram incluídos estudos realizados em qualquer cenário como hospitais, clínicas, comunidade, ambulatórios, asilos, entre outros. Não foi delimitado o ano de publicação dos estudos. Foram excluidos da pesquisa estudos com caracterização da população com múltiplas comorbidades, transplante de orgáos duplos ou demais patologias que não interessam ao objetivo desta revisão, assim como artigos em línguas distintas da inglesa, espanhola ou portuguesa e artigos de revisão. A busca nas bases de dados foi estruturada pelas palavras-chave encontradas de acordo com o termos MeSH (Medical Subject Headings) na National Center for Biotechnology Information (NCBI); Termos EMTREE na EMBASE (Biomedical and Pharmacological Bibliographic Database) e Termos DeCS na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) que corresponderam aos conceitos implicados na pesquisa, a partir do minemônico PCC. A busca dos documentos que compuseram esta revisão foi realizada nos dias 05 a17 de junho de 2021. Como fonte para buscar evidências foram utilizadas as bases de dados Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE-PubMed), Web of Science, Scopus, Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). Além dessas, foi utilizada a literatura cinzenta. O processo de seleção foi realizado por pares, por dois revisores que conduziram a seleção de forma independente, a fim de minimizar interferência em possíveis resultados ou tomada de decisão para a seleção dos artigos. No entanto, quando houve discordância acerca dos artigos selecionados, um terceiro revisor foi acionado para definição de quais estudo seriam incluídos para os resultados de acordo com a pergunta norteadora proposta pela pesquisa. No que se refere à extração dos dados, uma planilha no Microsoft Excel foi utilizada para facilitar esta tarefa. Os dados foram organizados conforme informações relacionadas às características dos estudos (Título, autor, ano de publicação, local/país, tipo de estudo, objetivo, resultados), características da população do estudo (tamanho da amostra, sexo e idade da população estudada), já a análise contou com a elaboração de uma planilha do excel apresentando os achados da busca na literatura. Dentro da busca foram encontrados 17 artigos na íntegra. Os resultados e discussão foram descritos por meio da construção de duas categorias temáticas: 1- Fatores de risco modificavéis que interferem para o desenvolvimento da DMPT. Categoria na qual foi observado que DMPT ocorre em 4%-27% dos receptores de transplante renal como demonstrado nos estudos selecionados. Os estudos apresentam fatores de risco independentes para DMPT como obesidade, infecção pela hepatite C (HCV) e/ou citomegalovírus (CMV), o hábito de fumar e a escolha de imunossupressores. Na categoria 2-Fatores de risco modificavéis e sua associação com com enxerto renal, observou-se nos estudos que a DMPT com tais fatores mencionados reduz a sobrevida do enxerto e do paciente. O estudo conclui destacando a importância da avaliação do pré até o pós transplante renal, buscando identificar fatores modificáveis que possam acarretar em DMPT renal, seja por aporte nutricional do paciente e importância de infecções e ação da terapia de imunossupressão que busque minimizar os danos ao paciente, desde a rejeição aguda até perda de enxerto renal levando a alta taxas de mortalidade