O capital imobiliário: acumulação, ciclo e crise

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Nogueira, Paulo Massey Saraiva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=58772
Resumo: Inicialmente, esta pesquisa se deteve sobre alguns aspectos do processo recente de expansão imobiliária comandado pelas incorporadoras monopolistas nacionais. De acordo com esta proposição, interessava não somente descrever esse movimento e evidenciar sua novidade, mas desvelar analiticamente suas contradições. Diante da complexidade do fenômeno, porém, as preocupações relativas às mudanças na paisagem urbana, à dinâmica de valorização dos vetores de expansão imobiliária e às formas de segregação sócio-espaciais no ambiente intra-urbano foram sendo deslocadas para dar lugar ao interesse precípuo em compreender os mecanismos, estratégias e inovações econômico-institucionais acionadas por essas empresas, visando a assegurar sua hegemonia nos processos de incorporação enredados em seus mercados de origem e, principalmente, quando da sua entrada nos mercados locais. A delimitação do propósito investigativo em torno da matriz de financiamento das incorporadoras monopolistas pretendia, pois, captar as determinações essenciais, materiais, do movimento expansivo observado. Tratava-se de compreender a dinâmica interna de capitalização e estruturação financeira dessas empresas nacionais a partir de sua inserção num ambiente econômico intensamente desregulado, mundializado, hiper-especulativo e criticamente instável. É, pois, no interior desse turbilhão que a produção da cidade, especificamente a produção do espaço urbano na forma do ambiente construído, surge como um mercado privilegiado para os agentes das “altas finanças”. Nesse cenário de intensa mobilidade e centralização do capital, a produção imobiliária e o capital financeiro estreitam suas relações por meio de mecanismos que, por um lado, diversificam as formas de captação de recurso para o financiamento da atividade construtiva em suas várias fases e, por outro, tornam possível a valorização financeira dos imóveis a partir da emissão de títulos de dívida e de propriedade negociados no mercado de capitais, lastreados em hipotecas sobre os “bens de raiz” que são os imóveis. Com isso, além de proporcionar ganhos setoriais de produtividade e oportunidades de valorização para essas frações do capital, as alternativas de financiamento da produção e de financeirização dos ativos imobiliários abrem uma fronteira de exploração intensiva e extensiva para o capital em geral, ampliando-se enormemente o potencial de reprodução sistêmica do capitalismo. No entanto, ao invés de suprimir a ocorrência das crises, esta relação intensifica e agrava a tendência imanente à desvalorização geral do capital, numa forma particular de contradição encerrada no processo de circulação do valor pelo ambiente construído. É necessário, contudo, ressaltar um aspecto metodológico fundamental: ao contrário das formas comuns de apresentação, erigidas sobre a delimitação histórica e espacial de objetos empiricamente observados, este trabalho segue um modo de exposição rigorosamente conceitual, que estrutura e dá forma à apresentação dos conteúdos desvelados por meio de longa investigação, e isso pressupõe justamente a realidade imediata dessas experiências. Palavras-chave: método dialético; acumulação de capital; capital imobiliário.