Ações de enfermagem no enfrentamento da COVID-19 e as repercussões clínicas à pessoa idosa institucionalizada: estudo de métodos mistos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Cavalcante, Maria Ligia Silva Nunes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=113321
Resumo: O idoso institucionalizado tem sido caracterizado como o grupo de maior vulnerabilidade as formas mais graves da COVID-19 e a evolução a óbito. Nesse sentido, a pesquisa tem como objetivo geral: relacionar as estratégias utilizadas pela equipe de enfermagem em uma ILPI durante a pandemia de COVID-19 com as repercussões clínicas nos idosos institucionalizados. Trata-se de uma pesquisa mista, com desenho sequencial explanatório (quali-quanti). A investigação ocorreu no período de março de 2020 a janeiro de 2021, em uma Instituição de Longa Permanência de Idosos, localizada no munícipio de Fortaleza e foi dividida em duas etapas. A primeira etapa foi constituída por uma abordagem qualitativa, do tipo pesquisa de campo, sendo incluídos todos os profissionais de enfermagem que atuaram na linha de frente na pandemia da COVID-19. Os dados foram coletados por meio de uma entrevista semi-estruturada, individual e audiogravada, com duas perguntas norteadoras, sendo posteriormente transcritas e realizada a análise de conteúdo temático. A segunda etapa foi constituída por uma abordagem quantitativa, com base na pesquisa documental, retrospectiva. A pesquisa foi apreciada pelo Comitê de Ética da Universidade Estadual do Ceará, obtendo parecer favorável de número 4.584.538. Na etapa 1, após a transcrição dos discursos dos sujeitos, foi identificado 235 unidades de registros que emergiram quatro classes temáticas relacionadas às estratégias adotadas na prevenção da contaminação pelo COVID-19 nos idosos: medidas institucionais no controle da disseminação da COVID-19; medidas de Biossegurança; manejo do idoso com suspeita ou com diagnóstico de COVID-19; e desafios enfrentados pela equipe de enfermagem durante a pandemia de COVID-19. Na etapa 2, participaram do estudo 201 prontuários de idosos, 128 (63,7%) foram confirmados com COVID-19, 44,8% apresentaram manifestações clínicas e 18,9% foram assintomáticos. A mortalidade foi de 6,0% por COVID-19 e 3,5% por suspeita. Esteve relacionado estatisticamente com o diagnóstico de COVID-19, idosos do sexo masculino e classificados em grau II e III. Os idosos dependentes apresentaram maior chance de óbito. A presença de diabetes e doença renal esteve associada a maior letalidade nos idosos, assim como o encaminhamento ao serviço hospitalar e o uso de oxigenoterapia. Idosos com dislipidemia e diabetes estiveram relacionados com o aumento da gravidade da doença. Os idosos residentes das enfermarias e dos quartos semidependentes, em cuidados paliativos, com diabetes, doença renal, asma/DPOC apresentaram um risco aumentado para o uso de oxigenoterapia. Quanto à interconexão dos dados pode-se inferir que a implementação de normas e rotinas institucionais contribuiu para o controle da taxa de contaminação na instituição; o tratamento e o manejo clínico adotado pelos profissionais da instituição teve uma associação significativa a um melhor prognóstico dos idosos; e a elaboração de um plano emergencial de enfrentamento à COVID-19 com a definição e a execução de estratégias adotadas pela equipe de enfermagem reduziu o impacto da mortalidade dos idosos institucionalizados.