Hanseníase: representações sociais de pessoas acometidas sob a ótica de gênero

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Monte, Raquel Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=70318
Resumo: A lepra, atualmente denominada hanseníase é uma doença milenar que sempre esteve associada ao estigma. Os objetivos deste trabalho foram: apreender as representações sociais sobre hanseníase elaboradas por seus portadores e analisar como se estruturam as representações sociais sobre hanseníase para seus portadores e suas significações, considerando as questões de gênero. Trata-se de uma pesquisa exploratória e descritiva, com abordagem multimétodos, fundamentada pela Teoria das Representações Sociais. Foi desenvolvida em Fortaleza- CE, em um Centro de Referência Macrorregional Nordeste em Dermatologia. Participaram 100 sujeitos, divididos em dois grupos: masculino e feminino. As técnicas utilizadas para a coleta de dados foram: Teste de Associação Livre de Palavras (TALP), entrevista semiestruturada e observação livre. O período da coleta de dados foi de março à maio de 2011. Os dados resultantes das entrevistas foram submetidos à análise de conteúdo temática, tendo como base os pressupostos de Bardin. As informações coletados por meio do TALP foram analisados pelos softwares EVOC, SIMI e AVRIL, para acesso da estrutura da representação social. Na análise de conteúdo, emergiram cinco categorias: concepções sobre hanseníase, percepções sobre a doença, convivendo com a hanseníase, aspectos relacionados ao tratamento e enfrentamento da hanseníase. As representações sociais apreendidas permitiram identificar que aspectos as mulheres representaram como “doença nojenta”, que afasta as pessoas e gera preconceito, para si e para as demais pessoas da sociedade. Os homens a representaram como “doença rejeição” e relataram maior preocupação com as mudanças em suas rotinas, como o fato de não poder beber, expor-se ao sol e adaptarem-se a uma rotina de medicação e consultas de saúde. O núcleo central foi constituído pelas palavras cansaço, cuidado, cura, desconhecer, doença, dor, medo, preconceito e ruim. Estas corroboraram com a análise de similitude elaborada pelo AVRIL que na árvore máxima apresenta as palavras tratamento, mancha, cura, doença e preconceito. Para as mulheres, a palavra principal evocada foi família. Esta no teste de similitude obteve conexão com (a) exclusão. Para os homens, o núcleo central foi composto por família, trabalho e tratamento, palavras que possuem relação entre si, pois, por meio do tratamento, o portador pode manter-se trabalhando para prover a família. Concluiu-se que o modelo de saúde e, principalmente de enfermagem, deve buscar a compreensão do cotidiano do ser portador de hanseníase, aprendendo a lidar com as diferenças de gênero, utilizando ações educativas e avancem em direção à humanização do cuidado por meio de ações contextualizadas, sendo consideradas as diferenças de gênero. Palavras-chave: Hanseníase. Representações Sociais. Gênero. Enfermagem.