Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Ribeiro, Leonardo Miranda |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual do Ceará
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=113356
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: Estima-se que 78 milhões de pessoas já foram infectadas pelo HIV/Aids em todo o mundo. No Brasil, mais de um milhão de casos já foram identificados e, destes, mais de 360 mil morreram. A maior concentração dos casos no país é observada entre indivíduos na faixa etária de 25 a 39 anos, contudo, considerando que os primeiros sintomas são observados entre sete e dez anos após a infecção pelo vírus, parcela expressiva dos soropositivos podem ter se infectado ainda na adolescência ou início da juventude. OBJETIVO: descrever a distribuição espacial e temporal e identificar os fatores associados a incidência de HIV/Aids entre jovens no Brasil de 2001 a 2021. MÉTODOS: estudo ecológico em que foram utilizadas ferramentas de análise espacial em saúde. A população foi composta por todos os jovens brasileiros de 15 a 24 anos notificados com HIV/Aids no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) de 2001 a 2021, os quais estão disponibilizados no portal do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Utilizou-se o método joinpoint para a análise temporal. Para a detecção de aglomerados espaciais de casos calculou-se a autocorrelação espacial por meio dos Índices de Moran global e local, bem como utilizou-se a suavização bayesiana, a técnica Getis Ord-Gi* e a varredura Scan puramente espacial. Para identificar os fatores que influenciam a incidência adotou-se quatro modelos de regressão espaciais e não espaciais. Em todas as estatísticas foi considerada significância de 5%. RESULTADOS: foram registrados 89.083 casos de HIV/Aids entre jovens no Brasil no período estudado, sendo que a maior proporção era de homens (n=56.727; 63,6%), de cor parda ou preta (n=30.387; 34,0%), residentes na região sudeste (35.899; 40,2%), na faixa etária de 20 a 24 anos (n=72.605; 81,5%) e com ensino médio ou superior (n=27.368; 55,2%). Um a cada três jovens era heterossexual (n=30.121; 33,8%). A taxa de incidência média de HIV/Aids entre jovens no Brasil foi de 12,29 casos por 100 mil habitantes. Houve aumento de 7,2% (IC95%: 4,1 - 10,4; p<0,001) ao ano dos casos em todo o país no período 2007-2014, seguido de redução dos casos em 3,2% (IC95%: -5,4 - -1,1; p=0,007) ao ano no período 2014-2021. Aglomerados de casos se concentram, especialmente, em municípios situados em todas regiões brasileiras, exceto no Nordeste. A varredura Scan demonstrou que o cluster primário abrangeu municípios do Rio Grande do Sul e Santa Catarina (região Sul). Os maiores Risco relativos do país foram observados em Manaus (RR=3,52) e Rondonópolis (RR=3,78), no Mato Grosso. O modelo de Regressão Geograficamente Ponderado (GWR) apontou que os indicadores Taxa de analfabetismo - 18 anos ou mais (β=-0,08), índice de Gini (β=-3,74) e Cobertura da Estratégia Saúde da Família (β=-0,70) apresentaram relação negativa com o desfecho. Todavia, o Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (β=2,37), Índice de Vulnerabilidade Social (β=6,30), Percentual de pessoas inscritas no Cadastro Único que recebem Bolsa Família (β=0,04) e Renda per capita (β=0,008) apresentaram associação positiva com a variável dependente. CONCLUSÃO: a maior proporção de casos foi registrada entre homens, de 20 a 24 anos, heterossexuais, brancos, com razoável grau de instrução. A tendência temporal indica crescimento da incidência até 2014, seguido de diminuição das taxas até 2021. Aglomerados de óbitos podem ser verificados, especialmente em municípios das regiões Sul, Sudeste, Norte e Centro-Oeste. Ademais, indicadores socioeconômicos relacionados à renda, educação e saúde influenciaram positivamente ou negativamente a taxa de incidência de HIV/Aids no território brasileiro. Assim, conclui-se que o controle da epidemia não se constitui responsabilidade apenas do setor saúde, pois também envolve outros setores sociais e econômicos os quais influenciam diretamente a determinação social do HIV/Aids. |