Adaptação transcultural e validação do fitness-to-drive screening measure para uso com motoristas idosos no Brasil

• Ano de defesa: 2024
• Autor(a) principal: Mourao, Danielle Felix Arruda
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
• Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=113829

Objetivou-se avaliar as propriedades psicométricas do Fitness-To-Drive Screening Measure (FTDS). Estudo metodológico que seguiu o processo de tradução, adaptação transcultural e validação do instrumento original de rastreio online, para uma versão, tipo lápis e papel, a ser aplicado por Terapeutas Ocupacionais de forma presencial. Foram seguidas as etapas-sequências: tradução do idioma de origem para o idioma-alvo, síntese das duas versões traduzidas, avaliação da síntese por Comitê de Experts e pela população-alvo, tradução reversa e estudo piloto e, adicionada, pela pesquisadora, a etapa correspondendo às diretrizes do Internacional Test Commission (ITC) para revisão de julgamento. Empregou-se amostra de 308 participantes, distribuídos em 24 estados, no período de fevereiro a maio de 2023. Para identificação das Evidências: Baseada no Conteúdo, foi utilizado o cálculo do Coeficiente de Validade de Conteúdo; Baseada na Estrutura Interna, fez-se uso da Análise Fatorial Exploratória implementada pela técnica da Análise Paralela, e ainda a Confiabilidade pela Fidedignidade Composta; Baseada no Processo de Resposta realizou-se a Teoria de Resposta ao Item (Modelo Rasch); e por fim, Baseada nas Relações Externas na Validade Convergente desenvolveu-se pela Correlação de Pearson e as Relações com Variáveis Demográficas pela ANOVA e Teste t de Studart. As análises internas e externas seguiram-se pelo software Factor.11.05.01WIN64, Winsteps 5.5.1 e SPSS versão 23.0. O estudo obteve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Ceará conforme CAAE n° 52279521.7.0000.5534. O processo de adaptação apresentou índices satisfatórios de equivalência com grupo de juízes, de concordância entre experts, de clareza pela população-alvo, boa funcionalidade na análise estrutural do estudo-piloto e rigor metodológico pelas diretrizes do ITC, mostrando ser uma versão de fácil e rápida aplicação. A validação de conteúdo foi de 0,87 para clareza, 0,94 para pertinência e 0,96 para relevância. O nível estrutural revelou unidimensionalidade, os índices de ajuste foram acima do esperado (&#967;2 = 330.240, gl = 189; p < 0.001; RMSEA = 0.070; CFI = 0.988; TLI = 0.987). O índice de Fidedignidade Composta foi de 0.955 revelando que o instrumento apresenta evidências de precisão, proporcionando resultados confiáveis. A medida de replicabilidade da estrutura fatorial sugeriu que os dois fatores do QR-TEA podem ser replicáveis (H > 0,80), indicando a estabilidade do instrumento. O Modelo Rasch mencionou adequados índices para os itens (confiabilidade = 0,98; índice de separação = 7,27) e para as pessoas (confiabilidade = 0,88; índice de separação = 2,77). A Validade Convergente apontou que todos os domínios do Addenbrooke’s Cognitive Examination - Revised tem correlação negativa, confirmando a relação inversa entre os instrumentos. A idade apresentou correlação direta, fraca e estatisticamente significativa com o FTDS. Ao comparar os escores do FTDS com as variáveis sexo e condição de saúde mostram diferenças estatisticamente significativas. Finalmente, não foram encontradas diferenças relevantes do FTDS segundo a escolaridade. Conclui-se que a versão brasileira do FTDS possui propriedades psicométricas satisfatórias para aplicação com motoristas idosos brasileiros, sendo recomendada como ferramenta de cuidados na clínica da Terapia Ocupacional e de pesquisa como instrumento de triagem para identificação de condutores em risco no trânsito. Palavras-chave: adaptação transcultural; psicometria; motorista; pessoa idosa; terapia ocupacional.