Coletivo “pode crer”: fabulações e intervenções visuais no território das goiabeiras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Freitas, Raquel Cristina Araújo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=95160
Resumo: Essa dissertação discute a produção do território “periferia” e da “Comunidade Goiabeiras” a partir de uma pesquisa intervenção realizada junto ao coletivo audiovisual Pode Crer. O referido coletivo é hoje formado por três jovens que atuam desde 2011 produzindo filmes, fotografias e ações educativas junto aos moradores das Goiabeiras (Barra do Ceará), na cidade de Fortaleza, tendo como objetivo institucional “produzir identidade” em torno do lugar de moradia, entendido como “periferia”. Busco entender, portanto, como esse lugar é fabulado mediante entrevistas e práticas artísticas que acompanhei junto ao coletivo. A análise gira em torno de filmes, etnografias, entrevistas e ensaios que me ajudaram a pensar na “periferia” e no “lugar” como categorias fluídas, que se fazem no próprio ato da pesquisa, pela produção compartilhada de imagens e pelo compromisso ético e político. A metodologia da pesquisaintervenção e a ideia de antropologia compartilhada ganham uma forma experimental e multifacetada na medida em que narro os percursos e descobertas junto aos intercessores. A partir da discussão em torno da produção de “território” e “identidades”, a metodologia da pesquisa e eu mesma transformamo-nos em objeto de análise, uma vez que descobri serem fatores decisivos para a produção de território, compreendido tanto como espaço vivido quanto um sistema percebido no seio do qual um sujeito se sente “em casa” (GUATTARI; ROLNIK, 1996). As políticas culturais desenvolvidas nos chamados “territórios de vulnerabilidade social” e com as “juventudes”, tais como os Centros Urbanos de Cultura, Arte, Ciência e Esporte (Cucas) e seus respectivos editais públicos mostram-se fatores decisivos no desenvolvimento das ideias de “território” e “identidade” entre os intercessores. Essas ideias transformam-se e ganham singularidade na medida em que as ações culturais, especificamente as de produção fotográfica e audiovisual, são praticadas no cotidiano e com os vizinhos do bairro. A produção cultural do território de moradia e de personagens referenciais em torno da ideia de “periferia” emerge como prática política de resistência a textualizações arbitrárias do local de moradia, tais como as dos programas policialescos, das políticas de turismo e as dos mercados de drogas. Nesse ínterim, o litoral da cidade de Fortaleza torna-se um território de disputas políticas que, nesse trabalho, são percebidas também como disputas pelo imaginário coletivo do lugar. Palavras-chaves: Periferia. Território. Identidade. Pesquisa-intervenção.