Teoria de médio alcance para enfermagem em reabilitação cardiovascular: avaliação teórico-empírica

• Ano de defesa: 2022
• Autor(a) principal: Farias, Maria Sinara
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
• Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=104515

Reabilitação Cardiovascular é considerada como um processo de adaptação a ser implementado após um evento cardiovascular, ou seja, seguida de uma condição fisiopatológica que acomete o sistema cardíaco e promove alterações físicas, sociais, psicológicas e espirituais, passível de ocorrência em um ambiente do processo saúde-doença. Neste sentido, a Teoria de Médio Alcance para Enfermagem em Reabilitação Cardiovascular (TMA Enf-RCV) se propõe a fundamentar o processo de cuidar do enfermeiro dirigido às pessoas pós-evento cardiovascular, com vistas à reabilitação física, social, psicológica e espiritual, tornando-a capaz de manter as atividades cotidianas. Com base nisto, a presente pesquisa tem como objetivo geral realizar avaliação teórico-clínica da Teoria de Médio Alcance para Enfermagem em Reabilitação Cardiovascular. Para tanto, trata-se de pesquisa que utilizou multimétodos para o desenvolvimento. A primeira fase correspondente à avaliação interna da teoria, realizou-se por meio de uma pesquisa teórica, em ambientes virtuais, a qual contou com a participação de onze peritos no assunto, durante os meses de abril, maio, junho e julho de 2021. A análise desta fase se deu conforme a temática discutida e o consenso da TMA avaliada foi verificado por medidas formais de concordância, medidas de tendência central e percentagem de concordância. Com relação à segunda fase, desenvolveu-se estudo com delineamento experimental, de tipo ensaio clínico randomizado e cego, no Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes. Compuseram a amostra 12 pacientes, sendo estes seis no grupo intervenção, em que se aplicou o processo de enfermagem fundamentado na TMA Enf- RCV, e seis no grupo controle, com o atendimento padrão do serviço. Realizou-se a análise descritiva e, quanto aos itens do instrumento, o escore total foi descrito por meio de mediana e intervalo interquartílico, pois não apresentavam distribuição normal (p<0,05), assim foram submetidos ao teste de Wilcoxon para grupos pareados (teste dos sinais). O projeto da pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Ceará (UECE), com parecer favorável Nº 4.585.472, CAAE: 42010920.1.0000.5534, e ao Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (CEP-HM), com parecer favorável Nº 4.825.055, CAAE: 42010920.1.3001.5039, na qualidade de unidade coparticipante. Com relação aos resultados da fase I, ou seja, da avaliação interna, a equipe de juízes foi composta por avaliadores com 54,55% de idade entre 31 e 40 anos; 72,73% do sexo feminino; 45,45% entre seis e dez anos de formados; 72,73% doutores e 45,45% da Região Nordeste. O consenso quanto à validação da TMA Enf-RCV foi atingido ao evidenciar, pelo teste binomial, que todos os resultados não significantes concordam em pelo menos um nível de 80%. Os itens 11 e 12 foram os mais significantes, ou seja, o item que os juízes não concordaram, quanto à adequação funcional, em função da teoria ser recente. Com relação aos resultados da fase II, ou seja, avaliação empírica, caracterizam-se os participantes dos grupos intervenção e controle como iguais, sendo uma mediana de três pacientes de cada grupo do sexo feminino; uma mediana de quatro pacientes de cada grupo casados, pelo menos quatro pacientes do grupo intervenção é católico, e quatro pacientes de cada grupo possui o ensino médio completo; e todos com renda de um salário-mínimo. No início, ambos os grupos não apresentaram diferença significativa nos achados, enquanto as pontuações adquiridas com a aplicação da Escala De Processamento de Enfrentamento e Adaptação. Ao final do protocolo de estudo, evidenciou-se diferença entre os grupos, no que se refere aos itens 1b (0,020), 1e (0,020), 1h (0,020), 2b (0,006)2k (0,007), 4b (0,021), 5d (0,023) e 5h (0,021). Ainda sobre esta etapa, o diagnóstico de enfermagem mais frequente entre os grupos foi a Ansiedade. Portanto, após avaliação da TMA Enf-RCV, evidencia-se a tese de que a mesma possui validação interna e clínica, o que lhe proporciona segurança na aplicação na prática de cuidados reabilitadores. Palavras-chave: Enfermagem. Teorias de Enfermagem. Processo de Enfermagem. Estudos de Validação. Reabilitação Cardiovascular.