Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Moreira, Douglas Carlos de Paula |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Ufc
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=86965
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Resumo: |
<div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">Este trabalho pretende estudar os vazios, as lacunas e as ausências textuais no romance A menina morta (1954), de Cornélio Penna. Nesse romance, encontramos uma narrativa estruturada em torno da ausência (a começar pela ausência da própria menina que dá título à obra), convidando o leitor a olhar incessantemente para um lugar vazio que, paradoxalmente, deixa sua marca sob a forma de recalque afetivo e mal-estar social. O olhar do leitor deseja ver mais, porém é o menos que o autor oferece, inscrevendo sua ficção sob o signo da negatividade e do esvaziamento. Sustentamos a tese de que, nesse romance, diferentemente de suas obras iniciais, Cornélio Penna supera a vertente fantástica, deslocando os fantasmas da zona transcendente para o encontro inexorável com o Real. Buscamos a fundamentação teórica desta tese na interface dos discursos da teoria literária, da filosofia e da psicanálise, através do diálogo com as obras de Sigmund Freud, Jacques Lacan, Maurice Blanchot, Giorgio Agamben, Walter Benjamin e Georges Didi-Huberman. Através desses pensadores, tentamos evidenciar o jogo dialético que Cornélio Penna articula entre subjetividade e objetividade, através do qual a realidade se acha implicada nos modos de subjetivação. Em A menina morta, portanto, a realidade do patriarcalismo e do escravismo se torna mais assustadora do que os fantasmas que povoam o imaginário popular. O território que Cornélio Penna escolheu para descrever o seu drama histórico faz do mito o labirinto da própria história, diante do qual os eventos se petrificam numa zona estagnada em que quase nada acontece, sobressaindo o luto e a melancolia. A relação entre os personagens é marcada pela incomunicabilidade, devido ao medo de dizer e ao ressentimento de calar-se. Assim, restam aos personagens o refúgio do não-dito (diante da força dos interditos) e a teatralização das palavras e dos gestos. O fantasma da palavra não é como se poderia supor o silêncio; o fantasma da palavra é a falta do nome, é esse lugar inespecífico onde o pensamento não chega e a razão parece desmoronar. Trata-se, enfim, de uma abertura para um lugar inacessível, uma aporia trágica, formada por um tempo só de espera e um lugar só de passagem.</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">Palavras chave: fantasma silêncio ausência vazio olhar morte</span></font></div> |