Eventos adversos associados a medicamentos no Brasil (2019 - 2023): análise dos dados do VigiMed.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Gama, Milena Sampaio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=118030
Resumo: Os Eventos Adversos (EA) representam um desafio global na assistência à saúde, sendo os erros relacionados ao uso de medicamentos uma das principais causas de danos evitáveis. O estudo investigou notificações de EA associados a medicamentos no Brasil, com base nos registros do Sistema Nacional de Vigilância de Medicamentos (VigiMed), entre janeiro de 2019 e dezembro de 2023. Trata-se de um estudo descritivo e retrospectivo, que incluiu 117.944 notificações, excluindo-se aquelas relacionadas a vacinas e registros incompletos. A análise descritiva revelou que o ano de 2023 concentrou o maior número de notificações (36,61%), sendo a Região Sudeste a mais representativa (62,3%) e a Região Norte com menor número de notificações (1,4%). O sexo feminino foi o mais acometido (58,9%) e a faixa etária predominante foi a adulta (31,6%). Quanto à gravidade, 41,2% dos casos foram classificados como não graves, enquanto o principal fator de gravidade identificado foi a presença de outro efeito clinicamente significativo (19,7%). A principal ação adotada foi a retirada do medicamento (23,1%), e o desfecho mais comum foi a recuperação (53,6%). A maioria das notificações ocorreu em serviços de saúde (76,4%), sendo 45,2% realizadas por profissionais da saúde. Os medicamentos mais envolvidos foram Infliximabe, Paclitaxel, Morfina, Dipirona e Vancomicina, pertencendo principalmente às classes dos antineoplásicos (19,2%) e antimicrobianos (14,6%). As reações mais comuns foram distúrbios dos tecidos cutâneos e subcutâneos (22,8%). As diferenças regionais evidenciam a necessidade de análises futuras e estratégias para uma administração mais segura de medicamentos, especialmente antineoplásicos e antimicrobianos. O estudo sugere um avanço na cultura de segurança do paciente, mas reforça a importância de engajar profissionais e gestores para aprimorar o registro e a prevenção dos EA.