Causas externas no Ceará: distribuição espacial da mortalidade e gastos federais em internações pelo Sistema Único de Saúde no período 2016-20

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Azevedo, Maria Janaina Alves De
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=103814
Resumo: Além do significativo número de mortes, as causas externas são responsáveis por uma perda social e econômica, caracterizada pelo quantitativo nos gastos hospitalares e pelas mortes provocadas, por vítimas, na sua maioria em idade produtiva. Nesse sentido, o presente estudo objetivou analisar o impacto causado pelos gastos federais com internações hospitalares por causas externas no Sistema Único de Saúde do Ceará, frente ao aumento das violências registradas. Trata-se, de um estudo do tipo ecológico descritivo dos gastos federais com internações por causas externas, e caracterização e distribuição espacial dos óbitos por causas externas no Ceará. Produzido com dados secundários de internações e mortalidade, de todos os municípios do Estado do Ceará (184), no período de 2016 a 2020. Para coleta de dados foram utilizados Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) e Sistema de Internações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS). Os dados monetários foram atualizados com base no índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ano base 2020. Para análise da caracterização demográfica, foi utilizada a técnica de modelagem estatística. Para a construção dos mapas temáticos utilizou-se o software Quantum Gis versão 3.14.1 (Pi). Por fim, para análise dos gastos com saúde, foram considerados os valores federais com internações das causas externas referentes ao Capítulo XX, que engloba os itens: Acidentes de Transporte Terrestre – ATT (V01 – V99), lesão autoprovocada intencionalmente (X60 a X84), Agressão (X85 a Y09) e outras causas externas de traumatismo acidentais (W00 a X59). A análise contemplou a quantidade de internações e evolução dos gastos por grupo de causas externas. Assim como, as variáveis: sexo, faixa etária e raça/cor, e os indicadores: proporção por gasto total, gasto médio (SUS) por grupo de causa e tempo médio de permanência. Os resultados foram apresentados por meio de artigos. O primeiro, trouxe incialmente aspectos demográfico, com predominância de óbitos no sexo masculino (68,5%), maior proporção na faixa etária entre 20 a 29 anos (28,4%), cor / raça dominante foi, parda (83,7), escolarização até o ensino fundamental II – 5ª a 8ª série (37%) e estado civil, solteiro (64,4%). Realizado teste de qui-quadrado, com forte associação entre sexo com faixa etária e cor/raça, p - valor menor que 5%. Na análise espacial, percebeu-se uma interiorização dos agravos de acidentes de trânsito e suicídio, e uma acentuada taxa de homicídios na região de Fortaleza e Litoral leste /Vale do Jaguaribe. No segundo artigo, foi evidenciado que as internações por agressões, sofreram uma variação de gastos e quantidade de internações no periodo. O agravo referente as lesões autoprovocadas tiveram um decréscimo tanto de Internações quanto de gastos, durante todos os anos estudados, já os acidentes de trânsito, com exceção de 2017, obteve uma atenuação dos gastos, e mantiveram-se com valores próximos ano inicial de comparação. O agravo referente a outras causas externas, tiveram um aumento no periodo de 2017 a 2019, com declínio a partir de 2020. Outro achado diz respeito ao gasto médio de internações, sendo representado pelo maior gasto, as agressões R$ 2.422,00, seguido dos acidentes de transporte R$ 1.578, outras causas externas de traumatismos acidentais R$ 1.000,71 e por lesões autoprovocadas intencionalmente R$ 945,00. O tempo médio de internação hospitalar para o periodo foi de 7,5 dias superando o esperado para causas naturais que foi de 5,6 dias.