Extrato hidroalcoólico de própolis vermelha: uma alternativa para o desenvolvimento de meios de conservação de ovários de vacas

• Ano de defesa: 2024
• Autor(a) principal: Nascimento, Zelma Holanda Do
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
• Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=113256

A utilização de produtos naturais com elevado potencial antioxidante, como a própolis vermelha originária do Estado de Alagoas, podem constituir uma alternativa viável para a conservação de oócitos durante o transporte de ovários de animais de alto valor zootécnico, visto que minimizam os danos celulares provocados pelo estresse oxidativo pela redução do aporte sanguíneo. Desta forma, o objetivo deste estudo foi avaliar o uso do extrato hidroalcoólico de própolis vermelha como alternativa para conservação de folículos ovarianos de vacas. A amostra de própolis vermelha bruta foi adquirida em apiário localizado na cidade de Marechal Deodoro, Alagoas e, posteriormente realizou-se a obtenção do extrato hidroalcoólico através da técnica de maceração empregando o álcool etílico 70% v/v como solvente extrator. A capacidade antioxidante desta solução foi determinada a partir do conteúdo total de fenóis e da capacidade sequestradora de radicais frente ao radical 2,2-Difenil-1-picril-hidrazina (DPPH●). A partir desta solução estoque realizou-se diluições seriadas até se obter às concentrações de 1 (C1), 2 (C2), 5 (C5) e 10% v/v (C10), sendo estas utilizadas como meio de conservação de tecido ovariano. No estudo foram utilizados ovários (n=5 pares) de vacas adultas, que foram fragmentados e armazenados a 4° C durante 4 (T4) e 12 horas (T12), seguido de processamento histológico clássico. Após a obtenção dos dados foram realizadas análises multivariadas como a distância euclidiana média como uma medida de dissimilaridade (D2) e aplicado o método de otimização de Tocher. O extrato hidroalcoólico de própolis vermelha de Alagoas produzido apresentou capacidade antioxidante capaz de preservar a morfologia folicular do tecido ovariano a depender da categoria avaliada nas condições experimentais investigadas. O extrato obtido apresentou conteúdo total de fenóis de 462,25 ± 14,99 mg de equivalentes de ácido gálico/g de extrato seco e 32,12 % de inibição frente ao radical DPPH● e CI50 de 10,06 µg mL-1. Constatou-se que 27,8% dos folículos do controle a fresco se mantiveram intactos (normais), enquanto 72,2% foram classificados como degenerados. Quanto às condições experimentais investigadas, verificou-se que o percentual de folículos normais variou de 60,8% a 87,9%, respectivamente nas condições experimentais T12C2 e T4C5. Já os folículos classificados como degenerados variam de 11,53% a 42,56% equivalentes às condições experimentais T12C2 e T4C5, respectivamente. O número de folículos ovarianos identificados no estudo variou de 52 a 124, respectivamente nas condições experimentais de T4C5 e T12C2. Na temperatura de 4°C com tempo de exposição de 4h a maior eficácia na conservação dos folículos (87,95%) foi na condição experimental que possuía como meio de conservação o extrato hidroalcoólico de própolis vermelha à 5% (T4C5). Já com tempo de exposição de 12h a maior eficácia na conservação dos folículos (71,53%) foi na condição experimental que possuía como meio de conservação o extrato hidroalcoólico de própolis vermelha à 5% (T12C5), implicando que a concentração de 5% mais recomendada como meio de conservação. A análise estatística indicou que o extrato hidroalcoólico de própolis vermelha de Alagoas preservou a morfologia folicular do tecido ovariano a depender da categoria avaliada nas condições experimentais investigadas. Entretanto, necessita-se de estudos mais detalhados para identificação da concentração mais viável do extrato frente a cada categoria folicular.