ESTIMATIVA DOS NÍVEIS DE BIOAEROSSÓIS E COMPOSTOS ORGÂNICOS VOLÁTEIS FÚNGICOS EM AMBIENTES OCUPACIONAIS NO MUNICÍPIO DE FORTALEZA-CEARÁ

• Ano de defesa: 2016
• Autor(a) principal: PANTOJA, LYDIA DAYANNE MAIA
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
• Palavras-chave em Português: Engenharia
• Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=98231

A busca por métodos mais acurados de caracterização da composição fúngica no ar se faz <br/>necessária. Sabe-se que quando o fungo se desenvolve no interior da estrutura de um edifício <br/>ou em filtros de ventilação, claramente, há uma quantidade razoável de "contaminação oculta", <br/>não podendo ser detectada apenas através de uma inspeção visual. Bem como, é fato que os <br/>fungos quando começam a se desenvolver emitem para a atmosfera Compostos Orgânicos <br/>Voláteis Fúngicos (COVFs), que surgem das vias metabólicas ou a partir da degradação de <br/>materiais, devido à liberação de enzimas produzidas pelos mesmos. Nesse ínterim, o objetivo <br/>da presente tese foi estimar a qualidade do ar interno através de bioaerossóis e COVFs visando <br/>melhorias no monitoramento e controle de ambientes ocupacionais no município de Fortaleza, <br/>Ceará. Para tanto, houve a análise dos ambientes pesquisados (hospital terciário, shopping <br/>center e biblioteca pública) e aplicação de questionário aos usuários, visando analisar o <br/>entendimento do trabalhador sobre a qualidade do ar. Em seguida, houve a elaboração e <br/>validação de um protocolo para determinação de COVFs. Para a análise dos COVFs foi <br/>utilizada a cromatografia gasosa associada à espectrometria de massa, sendo executada no <br/>Laboratório de Análise Traço - UFC. Enquanto para as amostras fúngicas foram encaminhadas <br/>ao Laboratório de Microbiologia - UECE, visando à identificação por meio de análise macro e <br/>micromorfológica e provas bioquímicas. Foram analisadas 144 amostras frente aos COVFs, <br/>sendo que nove compostos foram detectados em pelo menos um dos setores analisados e apenas <br/>o 3-octanona não foi observado. Na análise quantitativa, os COVFs com as maiores <br/>concentrações (em µg/m3) foram 2-metil-1-propanol, 3-metil-1-butanol e 2-heptanona. No <br/>tocante aos achados fúngicos, 72 amostras foram analisadas, sendo observado um elevado <br/>número de unidades formadoras de colônia por metro cúbico (UFC.m-3) em todos os ambientes, <br/>em especial o acervo geral (3.497 UFC.m-3), seguido do estacionamento coberto do centro <br/>comercial (3.245 UFC.m-3). Enquanto a respeito da composição do espectro de fungos <br/>anemófilos dos três ambientes, este é formado predominantemente por filamentosos hialinos, <br/>com destaque para o gênero Aspergillus sp., bem como, leveduras, como a espécie Candida <br/>tropicalis. Avaliou-se a relação entre COVFs e amostras fúngicas, sendo constatado a presença <br/>de seis grupos de similaridade, como o 2-metil-1-propanol que apresentou uma distribuição <br/>espacial semelhante aos fungos Acremonium sp., Aspergillus niger, Candida tropicalis e <br/>Penicillium sp. Também, analisou-se a distribuição do quantitativo dos COVFs e das amostras <br/>fúngicas por estações climáticas, havendo diferença significativa entre amostras fúngicas e à <br/><br/><br/>9 <br/><br/> <br/><br/>sazonalidade. Os dados apresentados mapearam a existência da presença de COVFs nos <br/>ambientes laborais analisados, caracterizando assim a necessidade do controle desses <br/>compostos no ar ambiental de interiores. Com a pesquisa espera-se estabelecer uma melhoria <br/>no monitoramento vigente devido à ausência de legislação nacional em vigor sobre os COVFs, <br/>visando no futuro auxiliar a tomada de decisão de gestores em relação aos riscos ocupacionais, <br/>instigando uma maior discussão no meio acadêmico e legislativo e, por fim, contribuir para o <br/>estudo sistematizado da Aerobiologia no país. <br/><br/> <br/><br/>Palavras-chave: Qualidade do ar. Compostos Orgânicos Voláteis Fúngicos. Fungos <br/>Anemófilos. Ambientes ocupacionais.  <br/>