Planejamento na Estratégia Saúde da Família: racionalidades e interlocuções com o Plano Municipal de Saúde em Fortaleza

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Lima, Maria Claúdia de Freitas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=84062
Resumo: O estudo teve como objeto o planejamento no âmbito da ESF. Entende-se que a institucionalização do SUS, permitiu avanços nos modos de organização da atenção e gestão em saúde no Brasil. Destaca-se a implantação da Estratégia Saúde da FamíliaESF, como reorganizadora da Atenção Primária, com vistas à mudança do modelo de atenção à saúde, mediante a materialização de princípios como universalidade, integralidade, equidade, humanização do cuidado e resolubilidade. Nesse contexto, o planejamento configura-se como tecnologia de gestão, que potencializa o estabelecimento e execução dos projetos de governo, com vistas ao alcance de resultados satisfatórios relacionados à melhoria das condições de vida e saúde da população. O objetivo deste estudo foi analisar o processo de planejamento da Estratégia Saúde da Família, considerando a sua interlocução com a construção e execução do Plano Municipal de Saúde. Trata-se de um estudo de caso, com abordagem qualitativa, numa perspectiva histórico e social, realizado no município de Fortaleza, Ceará. Participaram da investigação gestores e trabalhadores da ESF, perfazendo 50 participantes. Os dados foram apreendidos por meio de entrevistas semiestruturadas, grupos focais e análise documental. A análise do material empírico foi baseada na Análise de Conteúdo, modalidade temática. Os resultados sinalizaram que os sujeitos compreendem o planejamento como uma tecnologia de gestão importante e necessária, contudo, os espaços dialógicos e os encontros sistemáticos das equipes não acontecem sistematicamente no cotidiano da ESF, portanto, o planejamento não se configura como uma atividade pertinente ao processo de trabalho. No âmbito da macroestrutura da SMS-Fortaleza, os trabalhadores da ESF apontaram a materialização de práticas de planejamento com traços do enfoque normativo, centralizado, com verticalização descendente. Evidencia-se também o não reconhecimento das diretrizes, objetivos, metas e ações consolidadas no Plano Municipal de Saúde, por boa parte dos profissionais das equipes, pondo em pauta a reduzida inclusão dos trabalhadores nesse processo. Destaca-se que o planejamento na ESF reflete um processo de trabalho fragmentado, pautado na resolubilidade de problemas imediatos, rotineiros, e porque não dizer extenuantes, com fortes rebatimentos expressos, em desgastes e crescente desencantamento nos trabalhadores. Palavras-chave: Planejamento em saúde. Atenção primária à saúde. Estratégia saúde da família. Gestão em saúde. Sistema único de saúde.