Condições e organização do trabalho das equipes do SAMU/RMF: riscos e agravos daqueles que trabalham contra o tempo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Marques, Ana Maria Almeida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=75373
Resumo: O presente estudo teve como objetivo investigar as condições e organização do trabalho dos profissionais integrantes das unidades móveis do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência da Região Metropolitana de Fortaleza – SAMU/RMF. Utilizou-se metodologia de natureza qualitativa a partir da entrevista semiestruturada e da observação, além de pesquisa bibliográfico-documental, o que possibilitou análise mais aprofundada e articulada das informações coletadas no campo. A organização do trabalho encontrada é precária, principalmente pela natureza do vínculo empregatício estabelecido entre os trabalhadores do SAMU/RMF e a administração no qual um contingente significativo dos entrevistados é terceirizado. Outros aspectos que comprometem a organização do trabalho se voltam para a integração entre os componentes da Rede de Atenção às Urgências, bem como os próprios integrantes das equipes das unidades móveis tipo USA e USB. Há também que se mencionar que o parâmetro utilizado para a avaliação das equipes se sustenta no binômio “temporesposta” é incompatível com a realidade dos trabalhadores do SAMU/RMF, o que lhes causa grande insatisfação, dada a falta de manutenção periódica das unidades móveis, longas distâncias geográficas a serem percorridas até as unidades de saúde destino e a péssima conservação das rodovias. A condição do trabalho tem como aspecto positivo a provisão dos insumos utilizados nos atendimentos e dispostos nas unidades móveis, abastecidas pela área da dispensação. Todavia, há aspectos que dificultam o trabalho no que se refere às suas condições, tais como: o comprometimento da funcionalidade plena de algumas unidades móveis por falta de manutenção, o que expõe equipes e pacientes a diversos riscos; estrutura física de algumas bases descentralizadas inadequadas para oferecer o necessário repouso aos grupos de trabalho. Há também dificuldades da administração em perceber ou receber como adoecimento ou agravo à saúde sintomas de pânico, choro, angústia, encaminhando tais casos, quando manifestados, ao Núcleo de Treinamento em Urgência – NEU, por serem interpretados como falta de treinamento ou mesmo não adaptação ao posto de trabalho. No contexto deste estudo constatou-se que a precariedade leva a um comprometimento de toda a Rede de Atenção às Urgências – RAU, fragilizando todos aqueles que a compõem, levando à precarização do trabalho e consequente adoecimento do trabalhador. Palavras chave: SAMU; Condição de trabalho; Organização do trabalho; atendimento de urgência.