A cidade de Icó-CE e o turismo religioso na festa do Senhor do Bonfim: do período colonial até os dias atuais (1749 - 2022)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Abreu, Francisca Alencar Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=109071
Resumo: Esta dissertação tem como objeto de estudo a cidade de Icó e o turismo religioso na Festa do Senhor do Bonfim: do período colonial até os dias de hoje (1749 -2022), mediante a aplicação do método etnográfico, conforme descrito no caminho metodológico estudado. O objetivo geral é compreender a contribuição da festa do Senhor do Bonfim para o desenvolvimento turístico de Icó. O estudo aborda o desenvolvimento histórico de Icó desde o período colonial (séculos XVII e XVIII), o período áureo que corresponde ao ciclo do couro (a partir da primeira metade do século XVIII), descrevendo o patrimônio histórico, arquitetônico artístico e cultural produzido nesse período. Icó está situado na região Centro Sul do Ceará, elevado à condição de cidade com a denominação de Icó, pela lei provincial nº 244, de 25-10-1842. No espaço rural de Icó, na época colonial, foram instaladas as fazendas de gado e casas de colonos, bem como as casas dos escravos e dos vaqueiros, desde o século XVII, na extensão das ribeiras do Icó, do Quixelô e Riacho do Sangue. As fazendas eram especializadas na criação de gado, que era vendido em pé nas feiras livres, além da produção de carne seca e de uma grande variedade de artefatos de couro. Os colonos que recebiam terras da Coroa Portuguesa, chamadas de sesmarias, se instalavam aqui com suas famílias. Junto com os colonos portugueses vieram as missões religiosas, sendo a mais famosa a Companhia de Jesus, formada por jesuítas, todos com a missão de catequizar e civilizar os povos nativos das terras brasileiras. O catolicismo entrou nas terras do Sertão Centro Sul do Ceará, o mesmo praticado em Portugal e fielmente transportado para toda a colônia. As devoções religiosas têm origem nessa época. A Festa do Senhor do Bonfim é a mais antiga e tradicional festa religiosa de Icó, celebrada pelos católicos do lugar há 272 anos, iniciada em 1749, movimenta toda a cidade e atrai devotos de vários municípios do Estado do Ceará e do Nordeste. Estima-se a cada ano que cerca de 20.000 pessoas participam, calcula-se um número de 5.000 visitantes, mais os naturais do lugar que retornam à cidade nessa época, bem como a população local. Hoje, a realidade socioeconômica da Cidade de Icó no contexto do Ceará moderno não é a mesma de antigamente, pois perdeu posição como centro urbano desenvolvido devido relações econômicas e político-administrativas com capital da província (Fortaleza), bem como a formação de novos núcleos urbanos no interior, não conseguindo mais retornar ao seu desenvolvimento dado a dificuldade de ordens diversas ocasionando o declínio econômico que perdura até os dias atuais.