Lexicografia e Semiótica Social: uma análise da representação, da composição visual e das relações texto-imagem nos dicionários escolares tipo 2

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Nascimento, Francisco Iací do
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=105650
Resumo: <font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">Os dicionários escolares tipo 2 são destinados a crianças entre 7 e 10 anos que estão no ensino fundamental I e em fase de consolidação da língua escrita. Essas obras se caracterizam por uma grande quantidade de recursos visuais, especialmente, imagens, que ilustram algumas palavras-entrada e integram os verbetes. Esta tese tem por objetivo geral investigar os significados potenciais construídos pela imagem, pela tipografia e pela cor, os critérios de escolha de palavras a serem ilustradas e as relações entre texto e imagem nos dicionários escolares tipo 2. Está teoricamente fundamentada nos estudos da Lexicografia (BIDERMAN, 1984, 1998; WELKER, 2004, 2008; KRIEGER, 2007, 2011; PONTES, 2009; MARTINEZ DE SOUSA, 2009; SVENSÉN, 2009), nos estudos de Semiótica Social e Multimodalidade (HODGE; KRESS; 1988; KRESS; VAN LEEUWEN, 1996, 2001, 2006; VAN LEEUWEN, 2005; MACHIN, 2007) e no modelo de Royce (1998) para o estudo das relações entre texto e imagem. Esta é uma pesquisa descritivo-analítica de método misto (quantitativa e qualitativa) em que analisamos dois conjuntos de dados: um corpus de léxico infantil com aproximadamente 6,5 milhões de palavras; e um conjunto de dados visuais extraídos de quatro dicionários tipo 2. Os resultados das análises demonstram que não há sistematicidade na escolha das palavras ilustradas nos dicionários analisados e que os critérios de escolha de palavras com baixa frequência de uso e de palavras incomuns com referente concreto podem guiar o lexicógrafo de forma mais segura na escolha das palavras a serem ilustradas. Os resultados também demostram que os significados representacionais são construídos em sua grande maioria por processos conceituais, sendo o processo conceitual simbólico atributivo o mais recorrente. Com relação à composição das páginas, os resultados revelam que a saliência, o enquadramento, as formas tipográficas e as cores foram usadas de forma combinada para construir leiautes “arejados”, limpos, modernos, agradáveis e atrativos, que constroem significados potenciais de modernidade, formalidade, impessoalidade, regularidade, ordem, disciplina e controle. Além disso, o uso abundante de cores compõe uma identidade típica do mundo infantil em nossa cultura, além de ajudar a construir equilíbrio, harmonia e conforto visual e sugerir significados potenciais de alegria, animação, felicidade, verdade e realidade. Por fim, os resultados revelaram também que a complementaridade intersemiótica é construída majoritariamente pela relação de sinonímia entre texto e imagem nos dicionários analisados (aproximadamente 90% dos verbetes ilustrados).</span></font>