Hospitalizacao Infantil sob a Otica das Maes: Um Estudo em Representacoes Sociais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Albuquerque, Maria Geiza de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=42482
Resumo: O estudo objetivou apreender as representacoes sociais construidas sobre hospitalizacao por maes de criancas internadas, identificar como se estruturam essas representacoes e quais as suas significacoes. A pesquisa descritiva, norteada pela Teoria das Representacoes Sociais, fundamentada no principos de Moscovici e Jodelet. Utilizou-se multimetodos (qualitativo e quantitativo). Foi realizada na unidade de pediatria de uma instituicao publica do Sistema Unico de Saude (SUS) localizada na regiao metropolitana de Fortaleza, junto a 80 maes e ocorreu no periodo de agosto a dezembro de 2006 em duas etapas: Na primeira etapa, com todas as participantes, fez-se uso do teste de associacao livre de palavras, utilizando seis estimulos indutores (saude, doenca, hospitalizacao, hospitalizacao do filho, mae e mae acompanhante). Esses dados foram processados pelo sofwar Tri Deux Mots e submetidos a Analise Fatorial de Correspondencia (AFC). Na segunda etapa, foram 18 entrevistas em dois grupos de maes (GA-maesadolescentes e GM-maes adultas), analisadas pela tecnica de analise de conteudo tematica proposta por Bardin (1977), que revelou tres categorias empiricas: hospitalizacao do filho, mae acompanhante e representacoes socio-afetivas. Nas representacoes sociais sobre hospitalizacao infantil, destacaram-se as expressoes curar (CPF=24), evocadas pelas maes adolescentes. Pode-se observar que as representacoes desse grupo refletiram significacoes vivenciadas no periodo de internacao do filho, sendo que curar a doenca era razao pela qual aceitava a hospitalizacao do filho, a qual se dava permeada de angustia. Nao se evidenciou consistencia em relacao ao mesmo estimulo nas maes adultas. Pode-se perceber que as maes fizeram uso de elementos perifericos e representacoes ambiguas quanto ao estimulo para proteger e resguardar seus sentimentos. No entanto, levantou-se a hipotese de que, em decorrencia da maioria das maes adultas possuir uma prole superior a um filho, as mesmas encontravam-se divididas entre os sentimentos pelo filho internado deixado em casa. Quanto as entrevistas, a representacao social das maes foi ancorada na cura e no desejo de restabelecimento da saude. Houve presenca de sentimentos de angustia, dor, tristeza, sofrimento e preocupacao diante da imagem do filho acamado, triste e apatico quando comparado a crianca idealizada - saudavel, feliz, correndo e brincando. As representacoes sociais elaboradas pelas maes acompanhantes, pela vivencia comum de hospitalizacao do filho, apresentam uma tenue linha de separacao, pois, enquanto as maes adultas fazem uso de suas experiencias de vida para o enfretamento da situacao, as maes adolescentes tomam um posicionamento compativel com o padrao social de conduta. Alem disso, o numero de filhos influenciou na estruturacao dessas representacoes, surgindo em relacao as evocadas e ambiguidade nas falas maternas ao demonstrarem preocupacao com o filho hospitalizado e com os demais. Assim, foi possivel visualiza-las como sujeitos historico-sociais com expectativas e sentimentos, reconhecendo a relevancia dessas representacoes construidas, sua importancia na comunicacao com tais grupos e sua utilizacao como guia na previsao de comportamentos em saude.